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55 Expressões Bem Portuguesas na Ponta da Língua
55 Expressões Bem Portuguesas na Ponta da Língua
Viva a Língua Portuguesa!
A língua portuguesa está repleta de expressões bem portuguesas capazes de arrancar gargalhadas a qualquer um. Afinal, o que significa "tirar o cavalinho da chuva", “diz o roto ao nu” ou “ficar a ver navios”?
Descubra a origem de cada uma destas 55 expressões reunidas pela Estrelas & Ouriços, que são usadas no dia a dia dos portugueses e que são muito caricatas!
Designa algo muito antigo. Maria Purificação da Silva, popularmente conhecida por Maria Cachucha, viveu entre 1900 e 1960. Trabalhava no Matadouro Municipal e causava admiração a forma como ela desempenhava tal profissão. Nessa época a única em Portugal que matava bois, com uma destreza impressionante.
Baseada num conto para crianças, nota a pouca moralidade do acusador, respetivamente ao acusado. Ou seja, quem acusou está, possivelmente, na mesma posição do acusado.
Significa que está a chover muito, como se estivessem a ser despejados potes cheios de água, por cima das nossas cabeças. Acredita-se que a origem está nos acidentes de transporte dos potes de água que, antigamente, se iam buscar ao rio.
Revela impaciência. Utiliza-se quando algo está a demorar muito tempo a se concretizar. A expressão é equiparada à ansia da chegada do fim de semana.
Acredita-se que a expressão pode ter tido origem no Brasil. No século XIX, quando uma visita era breve, o cavalo era deixado ao relento em frente à casa do anfitrião e se se fosse demorar, colocava-se o cavalo num local protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só podia proteger o animal da chuva se o anfitrião entendesse que a visita estava a ser agradável e dissesse: “pode tirar o cavalo da chuva”. Depois disso, a expressão passou a ser usada para dizer que alguém deve desistir de determinada coisa e passou-se a usar o diminutivo "cavalinho", com tom irónico.
Uma das explicações para esta expressão seria que esta, originalmente, fosse "arca da velha" e não "arco da velha", como forma de comparação às senhoras mais velhas que tinham o hábito de guardar coisas impressionantes e invulgares nas suas arcas. Pode usar-se a expressão quando uma situação não faz sentido nenhum, quando algo é inédito, antigo ou incrível.
Esta expressão é utilizada em Portugal desde a primeira invasão francesa, em 1807, graças ao modo luxuoso como vivam o general Junot e os seus oficiais, em Lisboa. Significa viver com luxo e ostentação e aplica-se quando se quer fazer as coisas em grande.
Também relacionado com as invasões francesas, esta expressão conta a intenção de Junot entrar em Portugal em marcha forçada, para prender D. João. Mas o príncipe regente e a Corte portuguesa já tinham embarcado, rumo ao Brasil. Junot terá ficado no alto de Santa Catarina, em Lisboa, a ver os navios a passar a barra do Tejo. Também se associa a expressão à longa espera pelo Rei D. Sebastião. Significa que uma pessoa esperava ansiosamente por algo, que nunca chegou a acontecer. Como se, em vez de andar de barco, se ficasse desiludido apenas a vê-los passar, sentado no porto.
Esta expressão remonta às paragens para fazer perguntas sobre a direção a tomar, para chegar a determinado lugar. Atualmente, com a Internet, estas paragens já não são tão frequentes, mas a lição desta frase continua a ter importância. Significa que uma pessoa com de perguntar pelas informações que precisa, será mais bem-sucedida que outra que não o faça. Chama também a atenção para a necessidade de se ser mais ativo na resolução dos próprios problemas.
Uma expressão que designa algo extremamente improvável de acontecer e que seria preciso um grande momento de sorte para que aconteça. Pode utilizar-se quando existem poucas pistas para resolver determinada situação ou procurar algo pequeno, num espaço amplo.
Significa que a tristeza ou o choro de alguém é fingido, falso ou hipócrita e que não se acredita na sinceridade alguém. Existem diversas explicações para esta comparação. Uma delas é a crença de que às margens do rio Nilo, os crocodilos produziam sons ruidosos, como o choro, para mostrar desespero e atrair as presas.
Esta é especial para a comida. Acompanhada por um leve puxar de orelha, esta expressão usa-se para mostrar agrado e assegurar que a comida está deliciosa!
Nascida a partir da descoberta de que os elefantes possuem um cérebro mais denso e com mais lóbulos do que o dos humanos, e que são capazes de armazenar uma grande quantidade de informações, para sobreviverem, esta expressão significa que alguém tem uma boa memória.
Refere-se aos gatos de rua, que durante a noite parecem todos da mesma cor, sendo que apenas se consegue ver os seus olhos ou dentes. Usa-se para chamar a atenção das pessoas sobre outras pessoas ou situações que podem ser perigosas, por não se estar a tomar as respetivas previdências ou por se ignorar indícios evidentes de que algo pode estar ou vir a correr mal.
Esta expressão acusa, normalmente, alguém de não fazer nada para resolver determinada situação, ter uma boa vida, sem preocupações ou sem trabalhar.
Utiliza-se quando alguém tem muita sorte, mesmo quando se acredita ser uma injustiça. Ou seja, quando alguém consegue o quer, sem ter que se esforçar muito por isso.
A expressão tem o mesmo significado que “Estar no mundo da lua”. Significa que uma pessoa está desatenta, distraída ou que é esquecida.
Com origem numa das histórias escritas na Bíblia, “As pragas do Egito”, a expressão significa suportar situações desagradáveis ou contrariedades sem qualquer reação ou manifestação.
Ter dor de cotovelo indica ter inveja. A origem da expressão associa-se ao ato de dar uma cotovelada, que é utilizada como um sinal para chamar a atenção de alguém, sobre algo que se pretendia censurar ou ridicularizar. Hoje, também se utiliza para rir de alguém que bateu, verdadeiramente, o cotovelo em algum lugar.
A expressão significa que alguém admitiu estar errado. Originalmente a expressão era na negativa “não dar o braço a torcer” e vem do tempo das torturas da Inquisição, visto que os acusados eram submetidos a suplícios físicos até à confissão pretendida. A expressão ficou conhecida com símbolo de firmeza de opinião, evoluindo até os dias de hoje.
Mostra, reafirmando, que todas as ações que escolhemos realizar, têm consequências.
Significa bater, agredir alguém. Normalmente, é utilizada em tom de brincadeira ou de aviso sobre determinados comportamentos, de pais para filhos.
“Chegar na Hora H” é Chegar na altura certa. Refere um momento decisivo, de grande importância.
Uma ironia utilizada quando se percebe que após algo ter sido dito ou mostrado, outra pessoa fez o reconhecimento dos próprios erros, assumindo a culpa.
A expressão remonta ao terramoto de 1755, em Lisboa. Este desastre natural destruiu a cidade até à zona de Campo de Ourique, que ficou intacta. Usa-se quando algo mau não acontece por um triz. Bem… esta foi por pouco!
Serve para ressaltar que já se é muito bom numa determinada atividade ou tarefa, por realizá-la há muito tempo. Assim, a experiência acaba por produzir bons resultados, independentemente de fatores prévios, graças ao aperfeiçoamento de técnicas. Diz-se que tal aconteceu com um cozinheiro de uma churrascaria, que cada vez cozinhava melhor o frango assado.
A expressão significa dizer algo delicadamente, tratar alguém, incapaz de lidar com as consequências de uma ação, com condescendência ou, ainda, não resolver eficazmente um problema, sendo que “pôr paninhos quentes” resolve o problema apenas temporariamente. A origem da expressão tem por base um tratamento terapêutico paliativo, no qual panos quentes são aplicados sobre determinada parte do corpo para aliviar dores e/ou sintomas.
Acredita-se que a origem desta expressão é um tanto misteriosa. Existem várias teorias sobre a sua origem, uma delas é a parecença com uma frase usada em França: “Donner sa langue au chat” que quer dizer “dar a língua ao gato” e significa desistir de tentar algo. Já “o gato comeu-te a língua” aplica-se quando alguém, que até costuma ser bastante falador e social, está estranhamente calado, retraído e fechado no seu mundo, sem razão aparente.
Quando alguém "mete a pata na poça" está a fazer asneira ou a ser inconveniente, acidentalmente. É uma expressão para apontar erros e falhanços. Tal como quando se pisa numa poça cheia de água por acidente.
Um coco é um fruto bastante rijo e difícil de partir. Requer alguma prática, perícia e um golpe certeiro. A expressão usa-se quando alguém ri tanto que perde o controlo de tanto rir. Basicamente, o riso é tão forte, que é capaz de partir um côco!
A bezerra é considerada um animal de quinta e não de estimação. Logo, quando se matava este animal, não era considerado nada de anormal, ou seja, seria inútil pensar nesta ação. Por isso quando alguém tem um ar distraído, distante, pensativo e não presta atenção diz-se que está a “pensar na morte da bezerra”.
Descreve uma situação em que alguém tenta descobrir um segredo ou extrair uma informação de outrem, que não a quer revelar. A origem desta expressão, prende-se com uma comparação feita com a forma como se tiram nabos cozidos de um tacho. Como é sabido, os nabos desfazem-se com grande facilidade e por isso têm de ser tirados com muito cuidado e de forma vagarosa.
Esta expressão significa fingir que não se ouve, não querer ouvir, não dar importância ou fazer-se desentendido. A versão mais popular da origem da expressão afirma que o mercador, pessoa que se deslocava entre diferentes locais para vender mercadorias, gritava tanto para anunciar os seus produtos que acabava por ficar indiferente a quem lhe falava, já que não os conseguia ouvir.
Quando se diz que algo é “de meia-tigela” refere-se que esse algo não tem qualidade ou é insignificante. A origem da expressão tem por base a monarquia portuguesa. Durante esse período, os funcionários da realeza eram alimentados de acordo com a função que desempenhavam. Assim, enquanto os funcionários com cargos de hierarquia mais alta comiam uma tigela inteira, os de hierarquia mais baixa comiam apenas meia tigela.
Além do sentido de “ficar sem efeito” ou “dar em nada” que podem ser associados à inutilidade da água em que se demolhou o bacalhau, há situações em que a expressão tem outros significados como: acalmar, apaziguar.
Na década de 1920, ao serviço da agência “Hora” Fernando Pessoa criou o slogan “Primeiro Estranha-se, Depois Entranha-se”, que se tornaria o slogan do primeiro anúncio da Coca-Cola, em Portugal. A frase descreve a experiência de beber pela primeira vez uma Coca-Cola. Hoje, aplica-se para designar algo que parece estranho ao início, mas que acaba por ser habitual, com o tempo.
“Ouro sobre azul” significa uma situação boa, magnífica, deslumbrante, perfeita. Uma circunstância especialmente favorável. E uma expressão antiga que começou por ser utilizada nas espingardarias. Deve-se ao facto de as armas apresentarem uma tonalidade azul resultante do aço temperado e das inscrições a ouro colocadas sobre as mesmas.
A expressão utiliza-se sempre que se demora muito tempo a tomar uma decisão. Esta famosa expressão surgiu da descrição de uma das características do ser humano: a Indecisão. A indecisão é a dificuldade de decidir e hesitar numa decisão. É um jogo de palavras entre burro, o animal, e burro, expressão ofensiva que diminui o intelecto humano.
Significa não, nunca, jamais, impossível, de forma alguma. A frase completa é “nem que a vaca tussa e o boi espirre”, e significa que algo não será feito nem que algo de extraordinário aconteça. José de Oliveira Pinto, médico veterinário da Universidade Federal de Viçosa, acredita que a frase se baseia no facto de que os homens espirram com muito mais frequência que os bovinos.
Com origem misteriosa, vinculada a lendas de vikings, a expressão significa suspeitar de algo ou alguém, estando intrigado até obter uma resposta.
“Estar com os azeites” significa estar irritado, mal-humorado ou zangado. Antigamente, os azeites deviam ser tão ácidos que causavam problemas daí a expressão.
Locução usada para afastar alguém ou exprimir o desejo de não ser incomodado. A expressão surge devido à presença de uma estátua do poeta na praça Luís de Camões, em Lisboa. Conta a história da cidade que, de passagem pelo local, os mais ébrios costumavam conversar com a estátua, esperando uma resposta.
Significa que é assim que é. Não há outra maneira ou interpretação. As palavras utilizadas "queijo" e "pão" são escolhidas para a expressão com o objetivo de conseguir chamar a atenção popular, torná-la coloquial, de fácil compreensão e uso de todos. Quando dizemos "pão pão" isso significa que "pão" é "pão", a mesma coisa com "queijo", ou seja, um "pão" não pode ser "queijo".
A expressão significa ir dançar ou, simplesmente, divertir. Uma teoria sobre a sua origem é o facto de a diversão ser tão grande, que existe a necessidade de proteger a cabeça com um capacete.
Significa que algo é muito fácil de fazer e que qualquer um é capaz de realizar essa tarefa. A expressão provém da confeção da conhecida canja, uma sopa muito fácil de preparar.
Diz-se que a expressão foi usada pela primeira vez há cerca de 2000 anos. Segundo registam os canais da história, aquando da primeira celebração de uma missa, na altura em que os fiéis se levantavam para ir embora tendo apenas ouvida a primeira oração, o padre proferiu: "Ainda não sabeis da missa a metade!". Significa que alguém ainda não conhece determinada história na sua completude.
Quando alguém está “feito ao bife”, está metido em sarilhos. Tem uma situação difícil pela frente. Apesar de ainda não existirem explicações para a origem desta expressão, existem teorias de que seria utilizada antigamente pelas empregadas das casas ricas, que eram responsáveis pela cozinha.
Uma expressão que indica que alguém ficou irritado com algo dito por outrem. A origem da expressão está relacionada com o período da monarquia portuguesa no Brasil. Naquela época, o banho não era um hábito comum. Os habitantes indígenas, incomodados com o mau cheiro e já fartos de receberem ordens dos portugueses, costumavam dizer-lhes que tomassem banho. Acreditava-se que, além de ser um ato de higiene básica, o banho limpava as desonestidades e impurezas, melhorando o caráter das pessoas.
“Meter o bedelho” significa intrometer-se num assunto que não lhe diz respeito a si próprio. “Bedelho” significa um trunfo pequeno, insignificante, num jogo de cartas. Quando uma pessoa "mete o bedelho" em algo, geralmente dá uma opinião insignificante, o mesmo acontece no jogo de cartas. Um bedelho usado é praticamente uma carta forçada, não faz muita diferença no jogo e, por isso, é irrelevante.
Significa confessar ou admitir um erro, reconhecer que não se tem razão. A palmatória é um antigo objeto de madeira formado por um cabo onde uma das extremidades é mais larga e, geralmente, arredondada. Antigamente, este objeto era utilizado pelos professores para bater na palma da mão dos alunos, com o objetivo de os disciplinar.
Muitas vezes ouvimos “Isso é que vai para aí um trinta e um”, mas o que significa? Trinta e um significa: confusão, zaragata, desordem. Acredita-se que a expressão tem origem num jogo de cartas. Nesse jogo, distribuem-se três cartas a cada jogador que pode pedir as que julgar necessárias para se aproximar dos trinta e um pontos. Se uma carta pedida ultrapassar os trinta e um pontos, o jogador sai de jogo. Sabe-se que os jogos, por vezes, se tornam ruidosos e conflituosos.
A expressão “dizer cobras e lagartos” é utilizada para indicar agressividade verbal. O uso da expressão tem origem popular e baseia-se na relação de antipatia existente entre a cobra e o lagarto, animais tão antagónicos como, o gato e o rato.
Uma expressão utilizada em Portugal e no Brasil que surgiu na primeira metade do século XIX, quando a Inglaterra, por interesses económicos, tentou abolir a escravidão no mundo, mas na prática nada acontecia. A frase significa fingir que se fez algo ou fazer mal feito.
Refere a impossibilidade meter muita coisa em pouco espaço. A expressão advém da diferença entre a extensão da Praça do Rossio e a estreiteza da Rua da Betesga.
"Homines sunt ejusdem farinae", quer dizer “são homens da mesma farinha”, em latim. Esta é a origem desta expressão, utilizada para generalizar um comportamento reprovável. Assim, utilizar a frase "farinha do mesmo saco" é insinuar que os bons andam com os bons, enquanto os maus preferem os maus.
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