PREVENÇÃO COMEÇA EM CASA

As gripes e constipações são infeções muito comuns no inverno, pelo que importa saber um pouco mais sobre elas.

Constipação
Trata-se de uma infeção respiratória provocada por vírus e que, habitualmente, causa os seguintes sintomas:
• Obstrução nasal
Esta é, geralmente, a primeira e mais exuberante manifestação da doença. Muitas vezes as secreções começam por ser líquidas e transparentes, progredindo depois para secreções mais espessas e esbranquiçadas (e, por vezes, amareladas).
• Tosse
É a consequência das secreções descritas acima, que escorrem pela parte de trás do nariz e entram para os pulmões, estimulando o mecanismo mais eficaz de limpeza das vias respiratórias: a tosse. Geralmente começa por ser uma tosse seca, evolui para tosse com expetoração e volta a ser seca ao fim de alguns dias. Dura 2-3 semanas.
• Dor de cabeça
É bastante frequente e deve-se à acumulação de secreções no nariz. Muitas vezes causa bastante desconforto à criança.
• Febre
Não é muito habitual, mas pode surgir. Geralmente é baixa e o estado geral da criança é bom, principalmente entre os picos febris.

Como se trata de uma infeção vírica, não necessita de antibiótico. O tratamento passa apenas pelo alívio dos sintomas, particularmente as medidas de lavagem e desobstrução do nariz, porque vão aliviar bastante o desconforto da criança. Trata-se de uma situação autolimitada, ou seja, passa naturalmente com o tempo, sem necessidade de nenhum tratamento em particular.

Gripe
É também uma infeção respiratória provocada por vírus, cujos sintomas são sobreponíveis aos descritos acima. No entanto, trata-se de um vírus um pouco mais agressivo (vírus influenza), pelo que a resposta do organismo é mais generalizada e exuberante. Por esse motivo, causa mais frequentemente febre, mal-estar geral e também dores musculares generalizadas.

O tratamento é também sintomático e visa apenas aliviar o desconforto. Dura, em média, 4-5 dias, mas pode estender-se até aos 7 dias.

Uma vez que se trata de uma infeção vírica, não precisa de antibiótico, pelo que não deve ser prescrito nestas situações. Aliás, é sempre importante reforçar a noção de que os antibióticos não estão nunca indicados para infeções víricas, apenas para infeções bacterianas.

POR ISABEL JACINTO
Farmacêutica

Crescemos a ouvir que devemos agasalhar-nos de modo a não ficarmos doentes: de facto, doenças como a gripe e a constipação, apesar de nos poderem afetar o ano todo, tendem a ser mais comuns no outono e no inverno. Mas porquê? Por dois grandes motivos:

• Nos meses mais frios, passamos mais tempo em ambientes fechados, por vezes, perto de outras pessoas, algumas delas constipadas ou com gripe. Esta proximidade pode facilitar o contágio.
• Os vírus responsáveis por estas doenças sobrevivem melhor em climas frios e secos.
Este ano, a par da gripe e da constipação, existe uma outra doença à qual devemos estar atentos: a covid-19. Gripe, constipação e COVID-19 são doenças diferentes, causadas por vírus distintos, mas a prevenção de todas assenta nos mesmos cuidados, que devem ser transmitidos aos vários elementos da casa:
• Minimizar o contacto com pessoas com manifestações de constipação, gripe ou COVID-19, tais como espirros ou tosse, entre outros.
• Lavar as mãos frequentemente, com água e sabão, durante, pelo menos, 40 segundos. Podem, também, utilizar-se soluções antisséticas de base alcoólica.
• Evitar tocar com as mãos na boca, nariz e olhos, principalmente fora de casa.
• Em casa, manter as superfícies limpas e desinfetadas, especialmente se algum elemento da família estiver doente.
• Apostar na limpeza frequente dos brinquedos dos mais novos, como peluches – particularmente quando estão doentes.
No caso da gripe, a prevenção conta ainda com um cuidado essencial – a vacinação.
A vacina contra a gripe previne a doença e as suas complicações. Mas, para tal, é importante que seja repetida todos os anos – o vírus da gripe sofre alterações frequentes e, por isso, a vacina de um ano pode não assegurar proteção no ano seguinte. Esta vacina é fortemente recomendada a:
• Pessoas com doenças crónicas, como asma ou diabetes;
• Pessoas com compromisso do sistema imunitário (a partir dos 6 meses);
• Grávidas;
• Pessoas com idade igual ou superior a 65 anos;
• Profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados.

Por fim, a par de se proteger a si, recorde a importância de proteger os outros: se tiver sintomas como os referidos anteriormente, evite contacto próximo com outras pessoas.

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