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PE(R)DEM-NOS TUDO! JÁ ESTOU DE FÉRIAS?
PE(R)DEM-NOS TUDO! JÁ ESTOU DE FÉRIAS?
Férias de Verão | Fonte: PIN - Centro de desenvolvimento
Indubitavelmente, estamos a viver uma das eras mais desafiantes. É inegável que a situação pandémica tem um tremendo impacto na vida de todos nós. Porém, seria negligente deixar de realçar o grande prejuízo que todas as crianças têm vivido desde março de 2020.
Mas importa olhar, e falar, pelas crianças. Principalmente, quem mais contacta com elas, quem as ouve, as ampara e as capacita para melhor enfrentarem os desafios quotidianos que, ultimamente, têm sido hercúleos.
Por isso, defendo o louvor a todas as crianças e jovens que se superaram porque:
Aguentaram o último ano letivo, imprevisível e cheio de cambalhotas entre presencial e on-line, até 8 de julho (!);
Mesmo com dois anos letivos atípicos, muitos irão enfrentar os exames nacionais, sem saber como agir ou reagir caso estejam infetados com SARS-CoV-2 ou em isolamento profilático;
No meio de tantos desafios, fizeram (ainda) mais T.P.C.’s ou trabalhos de grupo;
Conseguiram chegar ao fim do ano letivo depois de lidar com métodos e formas de ensino datados e incompatíveis com a era digital que atravessamos;
Quando regressaram ao ensino presencial, muito perceberam que “o currículo não pode parar e há metas para cumprir”, quando o que mais precisavam era de serem ouvidos;
Sempre ouviram os adultos reclamar “menos tempo em frente aos ecrãs!” e depois vêem-se obrigados a olhar pelo monitor mais de oito horas por dia;
Reaprenderam a interagir e socializar sem poder ‘ler’ muitas das expressões faciais e emoções desenhadas dentro das máscaras;
Tiveram de gerir a ‘falsa presença’ dos pais em casa, quando estes também se debatiam com crises de papéis e de prioridades;
Perderam os recreios, os parques, os jogos, os abraços;
Mesmo com todas estas lutas, têm de lidar com a frágil saúde mental dos adultos que as rodeiam (fruto do momento atual que vivemos).
Acima de tudo porque, nesta tempestade de mar alto, cujas gigantescas ondas todos nós tentamos contornar, o barco das crianças é sempre o mais pequeno, o mais frágil, ainda não está totalmente equipado, mas decerto que chegará firme a terra. Acredito que nos ensinarão muito sobre a sua viagem.
Autor:
Mário Tribuzi, Psicólogo Educacional
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