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"Não quero ir à escola" - como posso ajudar o meu filho?
"Não quero ir à escola" - como posso ajudar o meu filho?
Opinião | Inês Loio, Psicóloga Clínica - Consulta da Ansiedade Pin Porto
“Não quero ir à escola” é uma frase típica nas manhãs das nossas casas, contudo, é importante perceber quando é que esta frase ultrapassa a preguiça saudável e entra numa questão mais ansiosa.
Apesar de se poder sentir impotente nas manhãs difíceis que esta dificuldade carrega, há algumas coisas que pode fazer para ajudar o seu filho nestes momentos:
1. Permaneça calmo - A pior coisa que pode fazer quando a criança sofre com sintomas de recusa escolar é ficar zangado com a situação. É importante respeitar os medos da crianças, enquanto lhe transmite que não tem medo e que está disponível para ajudar, empatizando sempre com o que está a sentir.
2. Faça perguntas - Perceba por que é que se recusa a ir para a escola - Está nervoso ou ansioso com um episódio em específico ou com a generalidade da situação? A criança está em perigo? Explorar a razão do medo pode ajudar com uma solução.
3. Fale com a escola - Pode haver várias razões que levem uma criança a recusar a escola. O professor ou algum auxiliar mais próximo pode ajudar com a transição entre os pais e a sala de aula.
4. Encoraje a criança - Como pai ou mãe, é crucial encorajar a criança a ir à escola todos os dias, mesmo que vá só durante uma hora. Se deixar a criança ficar em casa, pode reforçar o facto da escola ser um ambiente perigoso. Em alguns casos, a criança pode ficar na biblioteca ou no refeitório com o pai ou a mãe ou mesmo com um adulto de confiança.
5. Pequenos passos - É importante tentar e ir dando passos pequenos que ajudem a criança a ultrapassar o que a faz sentir desconfortável.
6. Recompense pequenas conquistas - É boa ideia empatizar e recompensar pequenas conquistas. Pode prometer à criança uma atividade que goste ou uma pequena recompensa quando ultrapassa algum desafio que promova a independência. Tenha em conta as recompensas mesmo nos dias em que a criança se sente mais ansiosa. Há sempre algum comportamento positivo que podemos recompensar!
7. Comece a rotina na noite anterior - Ajude a criança a experienciar uma manhã mais calma preparando-se na noite anterior. Por exemplo, a criança pode escolher as roupas na noite anterior, preparar o lanche e arrumar a mochila. Isto vai remover algumas decisões e tarefas na rotina matinal, assim como alguns momentos mais desafiantes.
8. Peça ajuda a um amigo - Alguns grupos de crianças na escola podem ajudar na recusa escolar. Tente reforçar a ida para a escola com algum amigo. Se a criança tem algum colega com quem possa ir para a escola, ou combinar à porta para entrarem juntos, pode combinar uma hora diariamente. Se a criança vir nesta pessoa um conforto, poderá sentir-se cada vez mais confiante.
9. Mantenha a organização - Dar ordem e organização ao dia da criança pode ajudá-la a reduzir sintomas de recusa escolar. Implementar uma rotina estruturada é importante para desenvolver um sistema efetivo de organização. Crie um horário para cada dia e semana e pendure num local visível (como por exemplo no frigorífico). Tenha em conta que inclui o tempo para descanso e insista que toda a família irá cumprir o horário familiar.
10. Cumpra promessas - Quando a criança sabe que pode contar com os pais, torna a sua ansiedade mais reduzida. É importante cumprir promessas e não faltar quando combina algum horário com a criança. Para se manter uma figura de confiança e de forma a não quebrar este laço, se promete que a vai buscar à escola às x horas, tente ser o mais pontual possível. É essencial sublinhar novamente a importância das rotinas estruturadas e do comprometimento familiar.
Este medo é visível também durante o período escolar, manifestando-se através de pedidos para ligar aos pais, recusando-se a participar em atividades escolares, mostrado sinais de ansiedade durante o dia ou mesmo transparecendo dificuldades de concentração. Desta forma, a atenção e intervenção dos professores é essencial no processo.
Apesar de haver diversas ajudas que pode dar à criança enquanto pai/mãe, esta não é questão de fácil resolução e é um desafio que pode requerer tempo para resolver. Se estas técnicas não resultarem, pondere encontrar um psicólogo que possa trabalhar com o seu filho a ansiedade relacionada com a escola para que, em parceria com a escola e com a família, se possa encontrar uma solução em conjunto. Sublinho que podem não resultar por se tratar de uma perturbação de ansiedade e haver necessidade de uma intervenção clínica especializada, contudo, todas estas técnicas podem ajudar a criança a reduzir o medo e o evitamento relacionado com a escola.
Se pode fazer estas pequenas diferenças já estará a ajudar na integração. É um trabalho difícil e muito cansativo, mas muito compensador. Nada como ver o nosso filho integrado e feliz no ambiente em que passa mais tempo.
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