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"Não quero ir à escola" - como posso ajudar o meu filho?
"Não quero ir à escola" - como posso ajudar o meu filho?
Opinião | Inês Loio, Psicóloga Clínica - Consulta da Ansiedade Pin Porto
“Não quero ir à escola” é uma frase típica nas manhãs das nossas casas, contudo, é importante perceber quando é que esta frase ultrapassa a preguiça saudável e entra numa questão mais ansiosa.
Quando assim acontece, chamamos-lhe “recusa escolar”. Este termo é usado para descrever sinais de evitamento provocados pela ansiedade em ir para a escola. É um problema que afeta as crianças não só em dias de escola, mas também nas noites anteriores e durante o sono, podendo surgir pesadelos relacionados com o dia seguinte ou dificuldade em adormecer.
O medo intenso causa muitas vezes sintomas como dores de barriga, dores de cabeça ou vómitos que não são explicados por uma doença física. Naturalmente, com a aparente doença ou dor que a criança demonstra, parece ser uma tarefa difícil levá-la, mas é essencial não mostrar medo e nunca a deixar em casa, correndo o risco de confirmar que a escola é perigosa e que tem razão em não querer ir.
Quanto mais tempo a criança falta, mais difícil será o seu regresso, dado que o medo vai aumentando e a criança não é capaz de compreender que pode ir para a escola apesar do medo. Para além desta dificuldade instalada, a criança poderá apresentar ainda maiores dificuldades sociais e académicas, explicadas pelo absentismo.
Apesar de se poder sentir impotente nas manhãs difíceis que esta dificuldade carrega, há algumas coisas que pode fazer para ajudar o seu filho no momento da frase "Não quero ir à escola".
Este medo é visível também durante o período escolar, manifestando-se através de pedidos para ligar aos pais, recusando-se a participar em atividades escolares, mostrado sinais de ansiedade durante o dia ou mesmo transparecendo dificuldades de concentração. Desta forma, a atenção e intervenção dos professores é essencial no processo antes que o "não quero ir à escola" apareça.
Apesar de haver diversas ajudas que pode dar à criança enquanto pai/mãe, esta não é questão de fácil resolução e é um desafio que pode requerer tempo para resolver.
Se estas técnicas não resultarem, pondere encontrar um psicólogo que possa trabalhar com o seu filho a ansiedade relacionada com a escola para que, em parceria com a escola e com a família, se possa encontrar uma solução em conjunto.
Sublinho que podem não resultar por se tratar de uma perturbação de ansiedade e haver necessidade de uma intervenção clínica especializada, contudo, todas estas técnicas podem ajudar a criança a reduzir o medo e o evitamento relacionado com a escola.
Se pode fazer estas pequenas diferenças já estará a ajudar na integração. É um trabalho difícil e muito cansativo, mas muito compensador. Nada como ver o nosso filho integrado e feliz no ambiente em que passa mais tempo.
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