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MENINGITE: FAIXAS ETÁRIAS JOVENS CORREM MAIOR RISCO
MENINGITE: FAIXAS ETÁRIAS JOVENS CORREM MAIOR RISCO
Vacinação | Autor: António Brito Avô, médico pediatra
Seja por características físicas inerentes à idade, ou pelos hábitos próprios de determinadas fases da vida, bebés, crianças pequenas, adolescentes e jovens adultos estão mais suscetíveis à Meningite.
Dos 13 serogrupos identificados, seis são responsáveis pela doença invasiva meningocócica no ser humano (A, B, C, W, X e Y). Em Portugal, tal como na Europa e nos EUA, o serogrupo B é o mais frequente, e grande parte dos episódios ocorre no inverno e primavera.
A Meningite Meningocócica é uma infeção das membranas que revestem o cérebro e a espinal medula. É causada pela Neisseria Meningitidis, uma bactéria que coloniza assintomaticamente a orofaringe de 15 a 20% dos adolescentes e jovens adultos. Na maioria dos casos, esta colonização não provoca doença, mas o contágio dá-se através das gotículas das secreções respiratórias ou pela saliva de um portador, mesmo que não esteja doente.
Qual o período de incubação?
A média são três a quatro dias, mas o período de incubação da Meningite Meningocócica pode variar entre os três e os sete dias.
A que sintomas devemos estar atentos?
Comuns aos de outras infeções, os sintomas iniciais de uma Meningite incluem dor de cabeça, perda de apetite, febre, náuseas, dor ao engolir e corrimento nasal. O agravar da doença dá-se rapidamente, altura em que a febre sobe, aumenta a sensibilidade à luz, o estado confusional e a prostração. A dor de cabeça e os vómitos intensificam-se, a nuca fica rígida e começam a aparecer manchas hemorrágicas na pele. Tal como acontece com outras doenças, estes sintomas não têm de aparecer na totalidade, nem em simultâneo. Alguns deles podem mesmo manifestar-se numa fase tardia e, por vezes, irreversível, da doença.
Quais os grupos de risco?
Bebés e crianças pequenas, adolescentes e jovens adultos estão mais fragilizados perante uma Meningite. No caso dos primeiros, porque o sistema imunitário ainda não está totalmente desenvolvido. A adolescência e o início da idade adulta, por outro lado, trazem consigo hábitos de vida que aumentam a exposição à bactéria e facilitam a sua transmissão (ex: frequência de locais sobrelotados, partilha de comida e bebidas, contacto próximo e íntimo entre pares, viagens e deslocações, etc… ).
Porque devemos vacinar os adolescentes?
A evidência científica mostra que a colonização na adolescência é maior, e que nesta faixa etária poderá já não estar garantida a proteção proporcionada pela vacinação primária.
Com base neste e noutros pressupostos, a Sociedade de Infeciologia Pediátrica reforçou, recentemente, a recomendação para a vacinação de adolescentes acima dos 10 anos de idade, com vacina meningocócica do serogrupo B.
Um pouco por toda a Europa já se debate a necessidade de um novo estímulo vacinal na adolescência. Já há, inclusivamente, alguns programas de vacinação que contemplam, para esta e outras doenças, o reforço vacinal a partir dos 10 anos.
Texto desenvolvido por António Brito Avô,
Médico pediatra na Clínica Pediátrica António Brito Avô
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