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“E” DE EUROPA E DE ESPERANÇA
“E” DE EUROPA E DE ESPERANÇA
Partilhas por Catarina Furtado
É preciso saber o que se passa no mundo para nos insurgirmos pela Europa que nasceu com base nos princípios da solidariedade, mas que, para todas estas pessoas que a procuram em desespero, não passa agora de uma miragem.
Uma boa parte dos 70 milhões de refugiados no mundo arrisca a sua vida e a dos seus para chegar à Europa, o continente onde a humanidade tem voz e é respeitada. É a esperança, e apenas a esperança, que lhes dá força para viajar em condições miseráveis e submeter-se aos maus-tratos dos contrabandistas a quem pagam tudo o que têm para cá chegar.
Tenho ouvido famílias contar os horrores dessas travessias por terra e por mar, raparigas e mulheres a partilhar o sofrimento de abusos sexuais sucessivos, jovens que partiram sozinhos porque os pais os queriam longe dos bombardeamentos, crianças que perderam a família pelo caminho e estão sozinhas em países que desconhecem em absoluto, pessoas que tinham vidas parecidas com a minha e tiveram de abandonar tudo de um dia para o outro – migrantes do Afeganistão ou do Congo, do Iémen ou da Síria, que chegaram à nossa Europa.
É preciso saber o que se passa no mundo, e como têm funcionado os acordos que fazem a gestão das crises humanitárias, para nos insurgirmos pela Europa que nasceu com base nos princípios da solidariedade mas que, para todas estas pessoas, não passa agora de uma miragem. Ao pensarem que o pior já passou, vêem-se a viver à chuva e ao frio, rodeadas por violência e desespero.
“Se eu soubesse morria lá“, cheguei a ouvir dizer. A esperança começa a perder a cor. E quando a esperança escasseia a saúde mental entra em falência e, não havendo apoio, está tudo perdido.
O Natal está à porta. É a altura do ano que nos transformamos em robots de solidariedade instantânea. Em vez disso, pensemos nos outros como gostaríamos que pensassem em nós, como se fôssemos os outros. Na CCC, ainda antes da época natalícia, abrimos os braços à saúde mental e vamos atribuir bolsas a duas mulheres artistas do projeto Manicómio, para que possam continuar a mostrar o seu talento.
Feliz Natal e um excelente Ano Novo!
Catarina Furtado
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