CRIANÇAS DA EUROPA DO SUL ESTÃO MAIS GORDAS: DIETA MEDITERRÂNICA É MAIS ADOTADA NA... SUÉCIA

A dieta mediterrânica continua a ser um exemplo de alimentação saudável para o mundo. O problema é que é cada vez menos praticada pelas crianças  do sul da Europa, onde supostamente deveria ser mais adotada do que em qualquer outra região do planeta.

O alerta partiu da Organização Mundial da Saúde (OMS), que avisa que as crianças da Itália, Grécia, Chipre e Espanha são hoje as mais pesadas do continente europeu. Por contraposição, e de acordo com os mesmos especialistas, os jovens suecos obedecem mais à dieta mediterrânea do que seus colegas gregos ou italianos.

Verificou-se que entre os países do Mediterrâneo que participaram no estudo, quatro em 10 crianças da escola primária apresentavam um peso acima da média (no Reino Unido, isso acontece com uma em cada três). O mais alarmante é que os pais destes miúdos acreditavam que eles tinham um peso absolutamente normal.

"No sul da Europa, as crianças estão cada vez mais distantes de uma alimentação baseada na dieta mediterrânica. Hoje, as mais próximas desse conceito parecem ser as crianças suecas", afirmou João Breda, chefe do departamento europeu para prevenção e controle de doenças não transmissíveis da OMS, ao Daily Mail.

O médico atribui este fenómeno à falta de actividade física e ao consumo abusivo de junk food. E lembrou que existem provas inegáveis de que uma dieta mediterrânea rica em vegetais frescos, frutas, grãos integrais, azeite e peixe pode ajudar a evitar problemas cardíacos e a diminuir o risco de cancro.

Estudos recentes mostram que este tipo de alimentação pode contribuir igualmente para a diminuição dos problemas de demência e proteção contra a degeneração própria da velhice. Os dados agora divulgados pela OMS mostram que uma em cada cinco crianças da Itália, Chipre, Espanha, Malta, Grécia e San Marino era obesa. A França, a Noruega, a Irlanda, a Dinamarca e a Letónia estão entre os países com as taxas mais baixas de obesidade infantil: entre cinco e nove por cento.

Tudo indica que as crianças desses países ingerem mais frutas e legumes, e menos alimentos gordurosos, como pizza, salgados, salsichas e hambúrgueres (nunca ou de uma a três vezes por semana). João Breda alerta que “é fundamental aumentar o consumo de fruta e legumes entre as crianças, e cortar nos doces e refrigerantes açucarados.” “Também é muito importante aumentar a consciencialização dos pais e das famílias para o problema da obesidade infantil, visto que muitas mães não consideram que os seus filhos sofrem de excesso de peso e de obesidade.