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Como conseguir fazer com que uma criança ouça e respeite os pais
Como conseguir fazer com que uma criança ouça e respeite os pais
Opinião | Dr.ª Paula Vilariça, Pedopsiquiatra - Hospital da Luz
Sabia que, quando estabelece limites claros na relação com o seu filho, está a ensiná-lo a fazer o mesmo nas suas próprias relações?
Alguma vez sentiu dificuldade em estabelecer limites nas suas relações? Muitas vezes, não sabemos como fazer nem como começar. A escuta e o respeito são a base das relações saudáveis, entre pais e filhos, no casal, nas famílias e no meio profissional e social. É importante saber reconhecer limites saudáveis e estabelecê-los com as crianças.
Definir limites saudáveis torna a tarefa educativa mais fácil, bem como a parentalidade mais positiva e feliz. Mas não é apenas isso, é também uma ferramenta que, assim que aprendida pelas crianças, vai ajudá-las ao longo de toda a sua vida. Os limites relacionais saudáveis dão sentido de pertença e segurança as crianças, o que ajuda a melhorar a sua autoestima.
Mas afinal de contas, o que são limites saudáveis? São um conjunto de regras que a pessoa estabelece e que regulam a forma como essa pessoa vai permitir que as outras pessoas a tratem. Os limites protegem o sentido de "si mesmo" e organizam a vida diária. O sentido de "si mesmo" é composto pelo espaço pessoal, valores e crenças.
Ensinar às crianças a ter limites na relação com os pais e a respeitar os limites dos pais é uma grande aprendizagem sobre como tratar com respeito, não só os pais, mas também todas as outras pessoas da sua vida, sejam crianças ou adultos. Ou seja, estabelecer limites claros e saudáveis na relação com os seus filhos ajuda a que eles aprendam a ouvir e a respeitar. Em vez de exigir respeito, através da intimidação ou da zanga, o estabelecimento de limites mostra o caminho e demonstra a autoridade de forma saudável, sem recorrer ao autoritarismo.
A educação com amor é também a educação com paciência. O amor é paciente e não força o seu caminho.
Um dos aspetos mais difíceis da parentalidade é lidar com a desobediência, a oposição e o desafio das crianças. É extenuante e frustrante repetir vezes incontáveis regras simples, quando sistematicamente são ignoradas ou claramente contrariadas. Pode ser difícil e exigente manter a consistência das regras, mas é essencial que isso aconteça para que haja mudanças de comportamento.
A consistência e o estabelecimento de consequências claras, bem como de reforços positivos leva a que haja mais neutralidade na imposição de regras e limites bem como melhor compreensão e adesão às regras da família.
As regras devem ser entendidas como algo necessário e positivo, e devem ser transmitidas dessa forma. As consequências, quer sejam negativas porque houve uma inflação das regras, quer sejam positivas para reforçar comportamentos desejáveis, devem sempre ser proporcionadas porque a desproporção leva ao sentimento de injustiça ou retira o sentido da consequência. A atenção passa a recair sobre a consequência e não o comportamento que a originou, o que não é desejável.
Estabelecer limites nem sempre é fácil. É fundamental ter consciência de quais são os limites em falta e do que é desejável alcançar.
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