Animais e alteração da rotina: saiba o que mudou durante o confinamento

Não foi só a adultos e crianças que o confinamento trouxe emoções diferentes ou alterações na rotina. Os nossos animais de companhia, em especial cães ou gatos, também sofreram com as mudanças nas suas vidas – tanto as positivas com as negativas.

Desde março de 2020 que muitos portugueses vivem uma nova realidade. Primeiro foi o confinamento total que durante três meses manteve famílias fechadas em casa e, também, à distância. Depois, com a chegada do verão, começou, aos poucos o desconfinamento, mas também muitas incertezas.

Hoje, o teletrabalho continua uma realidade para muitas pessoas.

Com tantas mudanças e uma nova realidade duradoura, não são apenas as crianças que sentem os impactos negativos nas mudanças das suas rotinas ou os adultos que ficam mais ansiosos com a incerteza do futuro, mas também os animais de companhia que partilham um lar e rotinas com os seus donos.

Principalmente, os cães são verdadeiras esponjas de energia uma vez que criam ligações muito fortes com o seu dono. Estes são capazes de sentir a ansiedade, stress e até mesmo depressão e absorve-las como suas. Além deste há outros fatores que podem afetar a saúde dos animais como algumas síndromes bem conhecidas.

Ficar e voltar a sair

Com a chegada da primeira vaga da pandemia muitas famílias ficaram em casa a tempo inteiro e os sonhos de muitos patudos e, alguns, pequenos felinos tornou-se realidade. Donos em casa 24 horas por dia. Isto significa mais tempo para brincar, mais tempo para passear e, principalmente, mais tempo para mimos. Apesar de todos os aspetos positivos que esta realidade acarreta a verdade é que se tornou também mais fácil passar todas as emoções negativas, já mencionadas anteriormente, ao nosso animal.

Além disso, chega o verdadeiro problema que o confinamento trouxe aos animais domésticos – o desconfinamento. Se a primeira parte veio com uma mudança na rotina aparentemente positiva, a segunda pode ter um efeito bastante prejudicial na saúde mental do animal.

As rotinas voltam a ficar trocadas ou inexistentes, ora com donos em teletrabalho ou fora de casa (semanas rotativas no escritório), e o dono volta a ficar distante o que pode levar o animal a desenvolver a Síndrome da Ansiedade da Separação.

O que é a síndrome da ansiedade da separação?

Mais comum do que se pensa, esta síndrome cria nos animais de companhia comportamentos estranhos quando são afastados fisicamente da figura de apego que pode ser um Humano ou outro animal. Por norma, o dono é a figura principal de apego.

Animais com esta condição têm tendência para chamar a atenção, seguirem o dono pela casa e, às vezes, começam a tremer. Em casos extremos, podem mesmo chegar a ficar apáticos.

SINAIS A QUE DEVE ESTAR ATENTO

Tanto em casos de ansiedade ou stress por absorção ou no caso de Síndrome da Ansiedade da Separação há sintomas ou sinais a que deve estar a tento e procurar ajuda do seu veterinário caso note algum comportamento irregular.

- O animal sente quando vai sair de casa e decidi roer-lhe os sapatos ou persegue-o pela casa;

- Esconde-se pela casa ou parece assustadiço:

- Não come no horário normal ou come menos quantidade que o normal;

- Uiva e ladra sem razão aparente;

- Urina e defeca em casa (no caso de nunca o ter feito antes);

- Passa muito tempo a coçar-se ou a lamber-se, mesmo sem quaisquer vestígios de parasitas, e chega mesmo a causar feridas;

- Comportamento destrutivo na casa principalmente quando está sozinho.

Sugestões para amenizar possíveis sintomas

- Crie uma rotina fixa para si e para o animal mesmo estando em casa. Crie horários para passeios com os cães e também para si sem eles! Eles precisam percebe que não vai ter sempre 100% disponibilidade para estarem juntos;

- Planeie tempo para brincadeiras e exercícios. Um animal cansado é um animal feliz!;

- Por incrível que pareça, coloque barulho de fundo. Deixar a TV ligada para o seu animal não é uma ideia assim tão estapafúrdia e vai reconfortá-lo quando se sentir mais sozinho;

- Permaneça calmo e confiante, sempre! E nos momentos de lazer com o seu animal tente passar-lhe boas energias.

Fique atento aos sinais que o seu animal passa e converse com o seu médico veterinário. Uma situação de stress pode levá-los mesmo a uma situação de depressão e abalar, em diversos quadros, a saúde do animal.