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9 Dicas para facilitar o regresso à rotina escolar, sem gritos!
9 Dicas para facilitar o regresso à rotina escolar, sem gritos!
Quantas vezes dá por si a gritar com os seus filhos. “Vai estudar!”; “Já fizeste os TPC?”; “Já te disse que tens teste amanhã e ainda não te vi a estudar”; “Assim claro que, nunca vais ser ninguém… não estudas nada”. Revê-se? Fica fora do sério, só lhe apetece fugir, partir tudo e gritar até à exaustão?
Pois é, acredite! Quanto mais gritar e os mandar estudar, menos eles o fazem. Lembre-se de quando era adolescente e os seus pais o mandavam fazer alguma coisa. O que fazia? O contrário não era? Então…. Aí está a reposta!
Tenho muitos adolescentes em consultório, que após eu recomendar aos pais que os deixem de controlar nos estudos, e que não os questionem, na semana seguinte os miúdos partilham comigo: “Bárbara que estranho, agora que os meus pais não me mandam estudar, até me apetece e tenho estudado muito mais. Parece que até me dá gozo…. Mas não lhes digas nada”.
Tive uma adolescência muito desafiante, com excesso de peso, compulsão alimentar para preencher o vazio emocional, um namoro de 8 anos tóxico e de dependência para ambos, discussões regulares com os pais e um mundo de gritos e discussões. Como tantos de nós, detestei ser adolescente, dói demais! Não voltava a ser adolescente por nada. São feridas muito profundas e que duram a vida a serem curadas.
Por tudo isto, a minha grande paixão é trabalhar precisamente com adolescentes. A luz que recebo no olhar deles quando conseguem alcançar os seus objetivos, alimenta a minha alma, o meu coração sorri e mais… faz com que todos os dias tenha uma inspiração e motivação para acordar e ir trabalhar!
Mãe de três doces pestinhas, dois já adolescentes. Sou psicóloga especialista em crianças e adolescentes há 22 anos, e desde então trabalho com os pais também, uma vez que acredito que só conseguimos o sucesso dos nossos meninos quando trabalhamos todos em conjunto os 4 P’s. Pais, professores, psicólogos e pediatras.
O regresso à escola, é uma fase divertida, de planeamento e organização da chegada de um novo ano que todos esperamos ser cada vez melhor. Mas, é também repleta de medos e ansiedades, de reencontrar os colegas, conhecer novos amigos, conhecer os professores, compra do material, e toda a organização para o novo ano.
1 - Ajude a organizar o quarto e a secretária, mas não arrume por ele! Percebam juntos o que pode ser reciclado (roupa e material) e deem aquilo que já não é necessário, guardem apenas com o essencial. Lembre-o, quarto arrumado, cabeça organizada. Começar do 0 este ano letivo.
2 - Ensine a fazer planos de estudo, cronograma, organizar tempo de estudo, brincadeira, desporto, família, jogos, amigos e EU (tempo pessoal). Mas principalmente lembre-se que é pai, não professor, por isso não estudes por ele e muito menos faça os resumos ou os apontamentos. Dê-lhe as ferramentas para organizar o estudo e método de estudo, mas NUNCA estude por ele – já tem a sua profissão!
3 - Faça com eles a lista do que têm de fazer na véspera do dia de aulas. Os livros a colocar na mochila em cada dia da semana, as combinações de lanche que podem ter, as roupas e mochilas das atividades desportivas ou musicais. E mais uma vez, a regra é que devem ser eles a preparar as suas coisas para o dia seguinte. Assim terá mais tempo para si e eles vão sentir-se mais reconhecidos, responsáveis e seguros no seu papel. Quando nós fazemos por eles, em vez de os ajudar, estamos a fazer com que se sintam minorados e até incapazes.
4 - Dê-lhes liberdade com responsabilidade. Eles precisam de aprender a cair e a levantar-se. Se estiver sempre lá a segurar na mão para não o deixar cair, ele nunca vai aprender a fazê-lo sozinho. Se o deixar cair, mas estiver lá ao lado para ajudar a levantar será bem diferente e vai deixá-lo sentir-se muito mais seguro. A superproteção obriga-os a não crescer, a mentir, e a serem preguiçosos, bem como a procrastinar.
5 - Dê regras firmes, sem cedências e sem gritos. As regras e limites fazem-nos crescer mais confiantes, com maior autoestima, autonomia, capacidade para resistência à frustração e vontade de superar objetivos e obstáculos.
6 - Substitua os gritos por incentivos NÃO financeiros. “Se estudares podes ir sair sexta-feira com os teus amigos”; “se tiveres boa nota, vamos todos fazer um passeio aventura de bicicleta”. Pensem com eles hipóteses de incentivos que gostam de fazer. Não vejo como chantagem, sinto como forma de os motivar, de terem um motivo para agir.
7 - Ajude o seu filho a perceber se tem o stress como amigo ou inimigo. Podemos ter níveis de bons stress - Eustress, ou ter o stress como inimigo - o mau stress - DIstress. O Eustress dá energia, motivação para agir, para levantar pela manhã. Por outro lado, o Distress bloqueia a concentração, dá as chamadas “brancas de memória”, dores cabeça, dores de barriga, músculos, vómitos, apatia, entre outros.
Se o seu filho estiver em DIstress, ou seja, ter o stress como inimigo, chega aos testes bloqueia e não consegue expor aquilo que aprendeu, fica bloqueado. Boa notícia, isso é fácil de alterar e passar a ter o stress como AMIGO.
Lidar com o stress. Dicas: beber água para manter cérebro hidratado, fazer exercícios de respiração para oxigenar cérebro, comer alface, laranja, maracujá, brócolos, chocolate preto e cortar açúcares, refrigerantes; fazer exercício físico regular, fazer posição de poder, rir, brincar, abraçar (produz ocitocina e serotonina); ter PPP (pensamentos positivos permanentes e substituir pelos cenários negativos imaginários); fazer Detox mental (deitar fora o lixo da cabeça, escreve, risca com toda a força, rasga e deita fora; dormir bem.
8 - Memória e estilo de memória e aprendizagem. Nós temos três estilos de memória visual, auditivo ou cinestésico. Cada um tem a sua forma correta de estudar. Assim, se perceber qual é, poupa tempo e ajuda a que estude da forma correta.
Os visuais aprendem através do que vem, memorizam muito facilmente, conseguem estar horas a estudar de seguida. Os auditivos têm de gravar a matéria e ouvi-la várias vezes ou falar em voz alta. Mas os cinestésicos aprendem através do sentir. Têm muito mais dificuldades, perdem foco e concentração muito facilmente, sempre cabeça no ar, irrequietos, dispersos, fazem duas coisas ao mesmo tempo, estão sempre a bater pé, mexer na caneta, perna para baixo, desenham enquanto ouvem o professor, põe perna para cima, perna para baixo, e não conseguem estudar mais de 40 minutos de seguida. Têm de fazer pausas regulares, fazer duas coisas enquanto estudam, como ouvir música, andar pela casa, estar deitado no chão, estudar deitado na cama, estar a dar chutos na bola enquanto decoram… O seu estilo de estudar é bastante diferente. Quando percebemos como eles devem estudar, poupamos muito tempo, gritos, e ajudamos a que consigam ter melhores resultados escolares e de forma mais divertida.
9 - E o mais importante, dê AMOR, colo, brincadeira, risos, capacidade de escuta, companhia, jogos em família, ataques de cócegas, danças, saltos, passeios… enfim, dedicação e muita empatia. E para isto não precisa muito tempo, basta que seja tempo de qualidade. Quando eles sentem a casa como um porto seguro, como o seu castelo, não necessitam de fazer disparates e sabem que por muitos desafios que possam passar, têm sempre ali o seu porto seguro. Se for feliz, o seu filho também vai ser, eles são o nosso espelho.
Vamos seguir estas dicas e conseguiremos tudo o que queremos!
Eles vão ter melhores resultados com menos tempo de estudo e de forma mais divertida
Bom regresso à escola de forma divertida!
Mais informações: Instagram
Bárbara Ramos Dias
Psicóloga de adolescentes. Autora do “respostas simples às perguntas difíceis dos nossos filhos”, “Guia de cabeceira para pais desesperados” e o último “Consegues tudo o que queres”, a história verídica de uma adolescente cheia de desafios.
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