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Selo Caminhos de Leitura distingue livros infantis
Selo Caminhos de Leitura distingue livros infantis
Já são conhecidos os livros premiados com o Selo Caminhos de Leitura 2022, uma iniciativa do Município de Pombal e do Observatório de Leitura!
Com o objetivo de premiar as melhores obras literárias para a infância e juventude, aquando da atribuição dos Selos, o júri tem em conta: a qualidade do texto, a ilustração, o projeto gráfico das obras, a abordagem de temáticas inovadoras, a criatividade e a qualidade da tradução.
Considerado um dos 10 melhores livros do ano, o selo DISTINÇÃO vai para o belíssimo HACHIKO: O CÃO QUE ESPERAVA (ed. Fábula), de Lluís Prats (texto) e Zuzanna Celej (ilustração), com tradução de Artur Guerra.
Bru Junça
«Bonito design gráfico, bastante cuidado e harmonioso com o texto. Os tipos de letra escolhidos, as ilustrações em concordância com a mancha textual guiam-nos, a pouco a pouco, para um lugar culturalmente tão diferente do Europeu. As ilustrações dão-nos referências geográficas sem nunca tirar a respiração ao texto. É um livro direcionado para um público juvenil e/ou jovem adulto que seduz desde o início e, ao mesmo tempo, inquieta e faz refletir sobre a magnitude das relações sem nunca fazer desprender o leitor. Há uma qualidade literária do texto bastante coerente com a delicadeza do tema, em concordância com a referência ao contexto cultural da história real que serve de inspiração à ficção. Promove a empatia entre os seres humanos, e entre estes e os animais, bem como a valorização das diferenças culturais na abordagem de temas universais.»
Conquistaram o selo SELEÇÃO, atribuído a 20 «livros que não podem faltar em qualquer biblioteca», os seguintes títulos:
O LEÃO POR CIMA DA PORTA (ed. Booksmile), de Onjali Q. Raúf (texto) e Pippa Curnick (ilustração), tradução de Maria Leitão.
António Jorge
«É uma narrativa escrita de uma forma fluente e informativa. Eternamente necessária à atualidade que nos circunda. A história da emigração e da sua integração nas comunidades é um tema pertinente a abordar para qualquer faixa etária. Para compreender melhor o fenómeno da mobilidade do ser humano, nada melhor que vasculhar nos recantos da história escondida. O papel dos imigrantes não só na formação de um país, como na luta por vezes desesperante pelos ideais de liberdade, fraternidade e igualdade, tão amplamente proclamados na revolução francesa.»
SÊ UMA ÁRVORE (ed. Fábula), de Maria Gianferrari (texto) e Felicita Sala (ilustração), tradução de Susana Cardoso Ferreira.
Rita Pimenta
«Maria Gianferrari queria escrever um livro sobre árvores que juntasse ciência e poesia. Conseguiu. E a tradução fez-lhe jus. (…) Enquanto homenagem a esses seres que se erguem da terra, estendem os braços para o sol e enlaçam as raízes no subsolo, pode ajudar as crianças e jovens à contemplação e respeito pela natureza: “Sê uma árvore, porque, juntos, somos uma floresta.” Sejamos então.»
O JARDIM SECRETO: NOVELA GRÁFICA (ed. Fábula), de Mariah Marsden (texto) e Hanna Luechtefeld (ilustração), tradução de Salomé Castro.
Sara Reis da Silva
«As temáticas a/intemporais aqui ficcionalizadas, como a amizade, a esperança, o amor, o crescimento, a doença, a morte ou, até, o mistério e os segredos de família, entre outros, constituem um importante fator de atração e envolvimento do destinatário extratextual. Também a essência multimodal do discurso, estimulando uma atenção que tem de se repartir, com perspicácia, por diferentes códigos, prende a atenção do leitor. Este volume representa, pois, um meio de contacto inicial com um texto clássico, com uma matéria literária recriada, à qual se associa uma leve/equilibrada intencionalidade informativa.» Sara Reis da Silva
A INUNDAÇÃO (ed. Fábula), de Mariajo Ilustrajo, tradução de Susana Cardoso Ferreira.
Dora Batalim
«Este é um livro-álbum graficamente atraente e apelativo, com edição bastante cuidada, do projeto gráfico à escolha de papel. (…) O argumento é linear para que a carga semântica que a ilustração vai convocando se sustenha. As páginas são o palco para vários modelos de colocação de texto e da sua interação com as personagens. Uma tecelagem que, por vezes, chega a evocar a banda desenhada. Pela dedicatória, percebemos que o livro resulta de um trabalho académico da autora no âmbito da ilustração e isso talvez explique esta abundância de ideias exploradas mais por via da imagem. O convite a folhear o livro, a “mergulhar” nas suas ilustrações a grafite e aguadas acrílicas em apenas duas cores e apontamentos a amarelo, vale a pena só por si. Acrescenta-se a intenção de um tema atual e urgente.»
CONFIA NA MUDANÇA (ed. Fábula), de Margarida Fonseca Santos.
Paula Cusati
«Novela/romance juvenil habilmente contada/o a quatro vozes, numa alternância fluente, com uma escrita fluida e genuína, plasmada também graficamente, por exemplo, através das páginas dos diários de dois dos protagonistas. Este nono volume da coleção “A escolha é minha” mantém a frescura dos diálogos e a abordagem franca, dotada de sensibilidade e profundidade, dos temas, bem como das vulnerabilidades e das dores de crescimento próprias da adolescência.»
O SOM DAS COISAS LEVES QUANDO CAEM (ed. Nuvem de Letras), de Catarina Ferreira de Almeida (texto) e Sérgio Condeço (ilustração).
Rita Pimenta
«Uma menina e uma cadela saíram de uma ilha. No entanto, continuam lá. A ilha deste livro tem nome: Terceira (Açores). Mas tal não é dito aos leitores. Imediatamente nos ocorre uma frase de José Saramago retirada de O Conto da Ilha Desconhecida: “É preciso sair da ilha para ver a ilha.”
A decisão sobre o que levar é o centro de toda a narrativa, que é bem descrita pela autora, de uma forma poética até: “Tinham de escolher com cuidado, porque dentro do barco não cabia tudo. E, se levassem peso a mais, ainda iam ao fundo. Havia coisas que não pesavam nada, mas ocupavam muito espaço. E outras que nem se viam, mas pesavam toneladas.” A mãe ainda lhe disse que ela não podia levar o seu mau feitio. “Enche a casa toda (…) não cabe num pequeno barco.”
"Talvez melhor mesmo fosse levar “uma boa dose de coragem”.
Sérgio Condeço quis dar à ilustração “um compasso mais lento, reforçar o lado poético e quase triste que o texto revela”. Funcionou.
Ambos conseguem pôr-nos na ilha “que nunca está no mesmo sítio” e lembrar-nos de que há coisas que só podemos levar no pensamento.»
Na secção Sugestões de Leitura, que agrupa livros informativos recomendados pelo grupo de trabalho do Observatório de Leitura, estão ainda incluídos dois títulos:
O QUE SE FAZ NO TEATRO? (ed. Lilliput), de Duarte Silva (texto) e Catarina Correia Marques (ilustração).
Tâmara Bezerra
«Essas perguntas derivam da questão que dá nome a este livro informativo, que, de forma criativa e esclarecedora, com grande clareza na organização e composição gráfica, apresenta ao leitor o grande grupo de profissionais de uma companhia de teatro. Cada personagem presente na obra é apresentado a partir da sua atividade laboral e dos pormenores de sua contribuição para que o espetáculo aconteça. A temática de género transversaliza a obra fugindo aos estereótipos. O texto ainda destaca os prós e os contras da profissão, além de oferecer um glossário com termos específicos do universo teatral. As ilustrações, produzidas por meio de desenhos com pastel, e compostos por colagem, identificam cada personagem e seu universo. Eventualmente, seria desnecessário o jogo das páginas finais, se confiarmos na qualidade da obra, no leitor e no mediador. O livro abre as cortinas de uma nova perspetiva para que as crianças possam conhecer o universo teatral, valorizar todas essas profissões e, quem sabe, inspirarem-se.»
O MUNDO DE SOFIA (NOVELA GRÁFICA VOL. 1) (ed. Elsinore), de Vincent Zabus a partir da obra de Jostein Gaarder (texto) e Nicoby (ilustração), tradução de Diogo Paiva.
Paula Cusati
«Hábil e bem-humorada adaptação ilustrada da obra do autor norueguês Jostein Gaarder, publicada originalmente em 1991, este livro informativo é o primeiro volume da novela gráfica e tem como subtítulo “A Filosofia de Sócrates a Galileu”, cobrindo o período desde o nascimento da filosofia até ao século XVII. Os autores (do argumento e da ilustração) mantém a qualidade e originalidade do livro de Gaarder, acrescentando-lhe uma estrutura mais leve e atualidade, nomeadamente, na introdução de diálogos em torno de temáticas como as alterações climáticas, a globalização, as redes sociais, a desinformação, o feminismo, ou a pandemia, entrelaçando-os inteligentemente com os conteúdos filosóficos.»
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