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Literatura inclusiva para crianças: o autor de "Eu, o Meu Pai e o Fim do Arco-íris" destaca a importância da representatividade nos livros infantojuvenis
Literatura inclusiva para crianças: o autor de "Eu, o Meu Pai e o Fim do Arco-íris" destaca a importância da representatividade nos livros infantojuvenis
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Booksmile | Entrevista: Benjamin Dean
A representatividade na literatura infantojuvenil é importante. Esta desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das crianças e dos jovens, na medida em que oferece um sentimento de identificação e pertencimento, desenvolve a empatia e a compreensão, amplia os horizontes e contribui para uma sociedade mais inclusiva e igualitária.
Benjamin Dean, autor da obra Eu, o Meu Pai e o Fim do Arco-íris, acredita que os tempos mudaram e que os miúdos de hoje têm mais exemplos de representatividade à disposição na literatura. E isso ajuda a tornar o mundo melhor.
Fica o alerta: «devemos prestar mais atenção à literatura maravilhosa e inclusiva que temos hoje»!
Penguin Educação (PE): Como se tornou autor de livros para crianças e jovens?
Benjamin Dean (BD): Desde pequeno, sempre quis ser escritor. Quando era miúdo adorava criar as minhas próprias histórias. Tive muita sorte quando trabalhava como jornalista. Vi um anúncio para um concurso de contos no Twitter, no qual participei com uma versão young adult de Eu, o Meu Pai e o Fim do Arco-Íris. Não ganhei, mas recebi comentários muito úteis e encorajadores. Através do concurso, tive a sorte de entrar em contacto com uma agente que gostou do tom da minha história. Foi ela que deu a ideia de adaptar a história a um livro dirigido a crianças mais novas. Estou tão contente por ter sido o conselho dela – agora não consigo imaginar o livro de outra forma!
PE: Qual foi a inspiração para este livro que agora publicamos em Portugal, Eu, o meu pai e o fim do arco-íris?
BD: As duas inspirações principais foram a minha família e a comunidade LGBTQ+. Ao longo do meu crescimento, procurei reconhecer-me nas páginas dos livros que lia e, por vezes, isso fazia-me sentir bastante sozinho. Se eu tivesse lido uma história como esta quando era mais novo, acho que isso teria respondido a muitas das minhas questões e teria feito com que me sentisse visto, algo que todas as crianças merecem. Também queria escrever uma história que todas as crianças pudessem ler e gostar, quer esteja relacionada com a sua identidade e experiência pessoal ou não. A leitura é uma das melhores formas de ganhar empatia e dar a conhecer outras experiências. Idealmente, isto ajuda a criar um mundo, em geral, mais gentil.
PE: Qual a importância da representatividade na literatura, em geral, e nos livros infantojuvenis em particular?
BD: A representação na literatura em geral, independentemente do público ou do género, é muito importante. Todas as pessoas merecem ver-se refletidas nos livros que leem. Há tantas histórias no mundo para contar e vozes para ouvir. Reciclar as mesmas histórias uma e outra vez é apenas aborrecido. Mas penso que a representação é especialmente importante na literatura infantojuvenil porque é nessa altura que a nossa mente, crenças e compreensão do mundo estão em formação. Conhecer outras experiências, culturas e contextos conduz a uma perceção e empatia que as crianças podem levar consigo enquanto que crescem e se aventuram no mundo.
PE: O livro recebeu o Diverse Book Award e foi nomeado para o prémio Waterstones, entre outros. Que reações lhe têm chegado dos leitores, mais e menos novos?
BD: A reação dos leitores a este livro tem sido incrível, e tem ultrapassado todas as minhas expetativas. Saber que pessoas em todo o mundo têm escolhido e lido este livro faz-me muito feliz. Mas penso que as minhas reações favoritas são as que tenho recebido das escolas e ao falar com os leitores mais novos. Ver a inclusão e a aceitação como uma segunda natureza é mais do que eu alguma vez podia ter desejado. Quem me dera poder voltar atrás e poder contar isto ao meu eu de 12 anos. Saber isso quando era miúdo ter-me-ia dado muita esperança. Também gosto de falar sobre o livro com pessoas mais velhas. Há uma ligação que vem do facto de desejarmos ter tido acesso a histórias sobre a experiência LGBTQ+ quando éramos crianças.
PE: Qual a sua opinião sobre a polémica em torno da revisão da linguagem de clássicos, nomeadamente infantojuvenis? Podemos mudar os textos, devemos contextualizar, informar?
BD: Penso que os tempos mudaram por isso, sim, há muita linguagem nos clássicos que é ofensiva e já não é adequada aos dias de hoje. Mas também acho que devemos prestar mais atenção à literatura maravilhosa e inclusiva que temos hoje. Há tanta coisa para apreciar!
PE: Tem mais histórias na manga que ajudem a povoar a literatura juvenil de personagens diversas?
BD: Sem dúvida! O meu próximo livro, The Secret Sunshine Project [a publicar em Portugal], é tão inclusivo e diverso como este, e diverti-me muito a escrevê-lo. É uma honra enorme poder escrever estas histórias. E vou continuar a fazê-lo para os miúdos que poderão sentir aquilo que eu senti quando estava a crescer e me sentia perdido. Espero que eles agora se sintam vistos.
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