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QUANDO OS ECRÃS VOLTAM À ESCOLA
QUANDO OS ECRÃS VOLTAM À ESCOLA
Educação | Fonte: PIN - Centro de desenvolvimento
No ano letivo passado, a grande maioria dos alunos veio para casa por volta de março e passou a ter as suas aulas numa plataforma por videoconferência. Além da forma como esta situação decorreu, os pais reportaram que os seus filhos passaram a ter muito mais tempo para estar online.
Alem de que muitas destas crianças e jovens acabaram por não conseguir estar presencialmente com os seus amigos. E acabaram durante este período de férias por continuar a estar online e ainda mais sem o constrangimento do tempo de aulas. E já de estudos anteriores se sabe que durante o período de férias há um aumento significativo do tempo de ecrã. Uma das orientações que existe sobre o limite do tempo de ecrã vem da Academia de Pediatria Americana, que refere o máximo de 2 horas de ecrã por dia para as crianças e jovens. Por esta altura muitos leitores irão levar as mãos à cabeça pensando que os seus filhos ultrapassam em muito este limite. E outros ainda perguntar-se-ão como é que os seus filhos irão poder cumprir este limite no próximo ano letivo que começa já para a semana? Não é por acaso que na India, o Governo decretou que as escolas teriam de reduzir ao máximo o número de horas de aulas por videoconferência.
Precisamente para que essa redução pudesse ajudar a diminuir o tempo total de ecrã. Para as crianças menores de 13 anos a redução será de até um máximo de 2 horas de ecrã e acima desta idade, três horas máximo de ecrã. Ainda que este ano letivo em Portugal esta questão das aulas por videoconferência não se vá colocar logo de início.
Ainda assim, e tendo em conta a situação vivida por estas crianças e jovens nos seis meses, parece-nos importante que os pais possam ajudar os seus filhos a regular o tempo de ecrã de uma forma equilibrada. E dizer que, apesar da maioria das crianças e jovens apresentarem um comportamento saudável no tempo de ecrã. Há uma percentagem de 11% que apresenta comportamentos mais problemáticos.
Sendo que se pode esperar que este número tenha aumento ligeiramente. E com isso lembrar os pais e professores que sempre que se verificarem maiores dificuldades em regular o tempo de ecrã e as respostas das crianças e jovens passarem a ser mais desorganizadas e com um impacto na vida académica, pessoal e social, é fundamental poder recorrer a um profissional especializado nesta área. Apesar deste texto poder vir a ser lido já com o ano letivo a decorrer, ainda assim, é importante que os pais possam ajudar os seus filhos a fazerem uma transição gradual e progressiva dos hábitos de uso de ecrãs. Da mesma forma que se faz para as horas de sono. Poder estabelecer um conjunto de regras de como o ano letivo irá funcionar nos mais variados quadrantes e também neste parece-nos fundamental. Até porque é possível e adequado lembrar como é que decorreu em anos letivos anteriores e quais os resultados alcançados.
Um outro aspeto que nos parece fundamental e que temos vindo a alertar é para a ideia de que não temos de jogar todos os dias. Ou seja, a ideia de que temos um máximo de tempo de ecrã de 2 horas por dia, pode passar a ideia, que nos parece errada, de que podemos jogar ou ter tempo de ecrã todos os dias. Ainda que muito do trabalho escolar e comunicação com os pares passe por um ecrã. Principalmente para pré-adolescentes com 13 anos de idade, em que grande parte deles já tem um smartphone. Não temos de jogar todos os dias, até porque aquilo que fazemos todos os dias mais facilmente desenvolvemos um hábito e daqui a se tornar um vicio é um salto mais pequeno. E na questão dos ecrãs é preciso ter um maior cuidado. É importante que assim que se conheça o horário de aulas se possa ajudar em conjunto com ele criar um conjunto de orientações para a utilização de ecrãs, nomeadamente na hora das refeições e no deitar. Além de não dever existir ecrãs no tempo de refeições, é fundamental que a partir de uma determinada hora, por exemplo, 30 a 60 minutos antes de ir dormir, que os ecrãs possam ser desligados, precisamente para que a pessoa se aproxime melhor das condições necessárias para aquilo que vai fazer - dormir. E quanto ao smartphone ficar no quarto é importante limitar e deixar que o mesmo fique a carregar fora do quarto. Será, no entanto, fundamental perceber que, seja para jogar ou para comunicar, é fundamental perceber as necessidades dos seus filhos e a importância que isto tem para eles.
E como tal é fundamental proporcionar tempo adequado para que eles possam usufruir deste contacto. Talvez possa você próprio dar o seu exemplo da utilização de tempo de ecrã que faz. As crianças tendem a seguir modelos significativos. Mas será importante dedicar algum tempo para em conjunto com os seus filhos perceber o que eles fazem durante o tempo de ecrã. Nesse momento pode aproveitar para expressar alguma da preocupação que tem em relação a algum aspeto. E em conjunto podem procurar alguma solução. Estarmos online e fazermos parte da nossa vida social, escolar e profissional é uma realidade inegável, mas também desejável. Foram muitas as melhorias da nossa qualidade de vida com a introdução e o desenvolvimento da tecnologia.
Mas a nossa responsabilidade também aumentou, a de todos. A utilização da tecnologia tem todo um conjunto de benefícios, mas tal como tudo na vida, depende da forma como a usamos. Será importante reter a importância de estabelecer um período de tempo de utilização dos ecrãs e que seja adequado à vida do aluno. Permitindo-lhe cumprir os seus compromissos académicos, mas também sociais e pessoais. Será fundamental que o uso das tecnologias possa ser alternado com a realização de outras atividades extracurriculares, seja a prática de uma atividade física ou artística, por exemplo. E não esquecer a ideia de que não temos de jogar todos os dias. Da mesma forma que nos aconselham a não fazer uma prática desportiva todos os dias, porque os nossos músculos precisam de descansar. O mesmo se passa com o tempo de ecrã, não tem de ser todos os dias. Até porque esse comportamento vai criar um hábito, e esse hábito vai possibilitar o surgimento de uma dependência. E jogar, como em muitas outras coisas na vida, quer-se saudável.
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