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PILINHAS: PUXAR A PELE OU NÃO PUXAR A PELE
PILINHAS: PUXAR A PELE OU NÃO PUXAR A PELE
Saúde | Fonte: Clínica Gerações
O Professor de pediatria Paulo Oom fala sobre as dúvidas que o primeiro filho rapaz suscita nos pais.
Para os pais que têm um rapaz, principalmente para as mães e sobretudo se é o primeiro, a pilinha da criança é algo que traz algumas dúvidas. Ao longo dos primeiros anos de vida, são muitas as mães e pais que aproveitam as consultas com o médico para esclarecer algumas questões.
A pilinha do rapaz recém-nascido apresenta uma forma de cilindro com uma extremidade arredondada a que os médicos chamam glande. E está completamente coberta por pele. A porção da pele que recobre a glande (e que mais tarde vai poder «puxar-se para trás») é o prepúcio. Esta pele tem uma importante função protetora pois impede que a glande seja irritada pelo chichi ou cocó das fraldas.
Uma das perguntas mais frequentes logo nas primeiras consultas é "quando se deve começar a puxar a pele para trás?". Antes de responder vamos rever um pouco sobre a anatomia e desenvolvimento deste órgão: antes do nascimento, a glande e o prepúcio estão completamente unidas e é impossível separá-las. Depois de a criança nascer gradualmente vai ocorrer a separação entre a pele e a glande. Esta separação ocorre em 90% das crianças até aos três anos, mas pode só estar completa na adolescência.
Só após se dar a separação entre a pele e a glande é que a pele se consegue puxar, sem esforço e sem magoar a criança.
Existe em muitos pais (e sobretudo em avós) a noção de que desde muito cedo os pais devem ir forçando a pele a vir para trás. E que se não for feita essa "ginástica", a criança terá de ser operada. É um dos mitos mais enraizados entre nós. Pelo que já falámos, é de esperar que a pele da pilinha não venha para trás durante os primeiros anos de vida. E isso é perfeitamente normal!
Outras vezes o traumatismo provocado pelo excesso de zelo de alguns pais leva ao aparecimento de uma hemorragia e à formação de uma cicatriz no prepúcio. A partir daí, a situação pode não conseguir resolver-se sem o recurso à cirurgia. Por outro lado, forçar a pele pode provocar dores na criança, hemorragias ou mesmo infeções.
Outro perigo relativamente frequente acontece quando os pais puxam a pele para trás e esta não consegue depois voltar para a sua posição inicial. Esta situação, que os médicos chamam de "parafimose" pode ser muito grave pois provoca dores e o inchaço da pilinha da criança que pode sofrer lesões irreparáveis. Nesta situação, a criança deve ser imediatamente observada pelo médico para que a situação seja rapidamente resolvida.
Em relação à cirurgia, trata-se de outro medo infundado. Só em menos de 2% das crianças não se consegue descobrir a glande nos primeiros anos de vida, situação a que os médicos chamam de "fimose". Estas crianças podem ser tratadas com a aplicação de cremes com derivados da cortisona que resolvem a situação em mais de 90% dos casos.
Nos casos mais resistentes pode ser necessário realizar um pequeno puxão, sob anestesia local. Quer isto dizer que só 7 em cada 10.000 crianças pode vir a precisar de realizar uma cirurgia para resolver a situação.
Voltando à pergunta inicial, "deve ou não a pele da pilinha do bebé ser puxada regularmente para trás para evitar que fique apertada?", aquilo que os pais podem fazer de melhor pela pilinha do seu filho resume-se a uma simples frase: não fazer nada.
Conteúdo desenvolvido por Professor Paulo Oom.
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