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Mudanças de rotinas que chegam com o fim do ano letivo
Mudanças de rotinas que chegam com o fim do ano letivo
Opinião | Fábio Fernandes & Filipe Silva
Enquanto nas escolas existem atividades programadas pelo próprio colégio, pela CAF (Componente de Apoio à Família) e AAAF (Atividades de Animação e Apoio à Família), em casa essas dinâmicas são planeadas geralmente pela família.
Comecemos pelas escolas, onde os educadores e professores transitam para um trabalho mais administrativo (reuniões, avaliações, entre outros) e deixam de estar tão presentes no dia a dia da criança. As auxiliares de ação educativa muitas vezes também trocam de funções dada a dinâmica dos dias sem aulas, as diferentes salas começam a estar juntas, as atividades mudam, dando lugar a experiências mais lúdicas, sazonais e difíceis de concretizar no meio da correria do ano letivo, tais como "mangueiradas", idas à praia, jogos de água, passeios, entre outros.
Por outro lado, em casa as rotinas também mudam: algumas crianças ficam com os avós ou outros familiares e outras ficam mais tempo na escola, porque apesar do ano letivo acabar, os pais muitas vezes continuam a trabalhar.
Estes fatores contribuem para uma mudança significativa nas rotinas que por vezes podem ser um verdadeiro desafio para as crianças, pais, familiares ou agentes escolares.
Embora as férias sejam geralmente sinónimo de menos regras e mais liberdade de horários e tarefas, há crianças que continuam a precisar de alguma estrutura e rotina, dado que as mesmas representam estabilidade e previsibilidade, para que o impacto no seu comportamento e bem-estar seja minimizado. Crianças com Perturbação do Espetro de Autismo (PEA) são um bom exemplo disso. Com a quebra das rotinas podem ocorrer mais episódios de desregulações, alterações no sono, assim como algumas dificuldades na alimentação.
Uma maneira de minimizar este impacto é através da antecipação das atividades. O objetivo passa por antecipar as novas rotinas junto da criança com o objetivo de criar estabilidade e previsibilidade. Isto pode ser feito através de recurso a imagens, quadros de rotinas, conversar com as crianças de como irá ser o dia, que atividades estão programadas, o local das mesmas, horas, entre outros.
Outro recurso também vantajoso, sobretudo para crianças que estão em casa, é criar em conjunto com a criança um plano de atividades suficientemente diversificado. Este processo pode e deve envolver pais, avós, irmãos ou outros amigos/familiares que participem nestas atividades. Procurar os interesses da criança e também da família é sempre uma forma agradável de passar tempo de qualidade, podendo ser utilizado também em situações em que as férias são fora de casa/país.
Durante a interrupção letiva é também uma ótima altura para aproveitar a maior disponibilidade horária de pais e filhos para explorar atividades/experiências que noutra altura do ano seriam mais difíceis de realizar. Por exemplo: contar histórias, ir a parques novos, visitar novos espaços e concretizar as experiências através de um “álbum de verão” com fotos e/ou desenhos.
A aplicação destas pequenas estratégias certamente irá ajudar todas as crianças e famílias a desfrutar das férias de forma mais serena e prazerosa para todos.
Perturbações do Espetro do Autismo e Défice Cognitivo
Terapeuta da Fala.
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