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Medos, p'ra que vos quero?
Medos, p'ra que vos quero?
Educação | Fonte: Ousar Crescer
Como lidar com os medos das crianças (e não só)!
O medo é uma emoção primária e biológica, intimamente relacionada com o nosso processo evolutivo, e que pode desencadear uma verdadeira dança hormonal. Alguns medos nascem connosco como, por exemplo, o medo das alturas, enquanto outros são adquiridos através da educação ou da nossa cultura.
Para uma criança, o medo pode ser bom, quando a protege de perigos, travando impulsos que poderiam ter maus resultados: debruçar-se sobre uma janela, brincar com tomadas ou atravessar a rua sem olhar para os dois lados.
Por outro lado, o medo pode ser mau e tornar-se tóxico, quando é desnecessário ou infundado. Torna-se, assim, prejudicial, porque impede a criança de desfrutar de situações que poderiam ser agradáveis ou de usar todo o seu potencial.
São exemplos disso: o isolamento dos colegas com receio de ser gozada, o sentir-se ansiosa ao deitar por causa do escuro, ter uma branca no teste apesar de saber a matéria, o medo de começar uma tarefa ou experimentar uma nova atividade pelo medo de fracassar.
Este medo a que chamamos tóxico afeta não só a criança mas também aqueles que a rodeiam e é particularmente negativo para as famílias, porque contribui para um ambiente geral de insatisfação e frustração.
Ajudar a criança a criar algumas estratégias para lidar com os seus medos, deve fazer parte da solução... e porque não começar por lembrar que Corajoso não é quem não tem medo mas sim aquele que sabe vencê-lo?
Quando os educadores apostam numa verdadeira educação para a confiança abrem uma janela de novas oportunidades. Como fazê-lo?
- Encorajando a criança a correr riscos (calculados), sem medo de falhar;
- Valorizando os erros como oportunidades de aprendizagem e não como fontes de frustração;
- Mantendo o foco no presente e mostrando que a preocupação não ajuda a diminuir a probabilidade do que possa acontecer;
- Mantendo o foco no positivo e ensinando que vemos aquilo que procuramos;
- Fazendo notar o que funciona bem e nos dá segurança, mesmo (sobretudo!) quando é preciso alertar para os perigos da sociedade;
- Usando algum sentido de humor e mostrando que rir dos nossos próprios medos ajuda a criar distanciamento e ganhar perspetiva;
- Sendo um bom modelo de coragem, confiança, serenidade e esperança perante o medo.
Conteúdo desenvolvido por,
Nuno Francisco Maia (Psicólogo)
Alexandra Frias (Técnica Superior de Educação)
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