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MÃE TÓXICA? ATENÇÃO A ESTES SINAIS
MÃE TÓXICA? ATENÇÃO A ESTES SINAIS
Família
Muitas mães confundem o amor pelos filhos com comportamentos que prejudicam uma relação saudável e costumam vir à superfície quando as crianças se tornam menos dependentes. Se não quer ser uma mãe tóxica, leia este texto com atenção.
“A maioria das crianças começa por ser muito dependente da mãe, e não é fácil para nenhum dos dois abandonar esse padrão”, explica Tina B. Tessina, psicoterapeuta e autora de It Ends With You: Grow Up and Out of Disfunction, em declarações ao Huffington Post. “No entanto, para garantir o equilíbrio emocional de ambos, a mãe deve ajudar o filho ou a filha a ganhar autonomia e esta ou este tem de começar a traçar o seu próprio caminho”, continua a especialista.
O Huffington Post pediu a Tessina e a outros terapeutas que enumerassem alguns comportamentos reveladores de que esta relação não está a progredir de forma saudável. São situações em que o jovem adulto não consegue estabelecer limites à ingerência da mãe na sua vida.
1. A mãe que exige demais
Um filho que sinta necessidade de abandonar o que está a fazer, a qualquer momento, para atender a mãe, mesmo que já tenha falado com ela naquele dia, não está a agir de forma saudável. Se cancela planos com amigos, colegas ou namorada/o porque a mãe quer vê-lo, algo de estranha se passa. “Ligar demais ou esperar que o filho ou filha gaste uma enorme quantidade de tempo livre consigo não é uma boa política”, defende a psicóloga clínica Gina Delucca. “O jovem até pode ceder devido a sentimentos de culpa ou de obrigação, mas a relação começa a ficar demasiado pesada”. Ceder a este tipo de exigências pode prejudicar o vínculo entre ambos. “Se a atenção do jovem se centrar na mãe, isso impede que ambos evoluam como pessoas”, defende a terapeuta Amanda Stemen, finalizando: “Tal hábito pode provocar ressentimento e outros sentimentos negativos”.
2. O filho que se sente responsável pelo bem-estar emocional da mãe
Se a mãe diz ou faz coisas que indicam que o filho ou filha é responsável pelo seu bem-estar emocional, isso provavelmente significa que os limites foram mal traçados. Ninguém pode controlar o estado das emoções alheias; só o próprio. “Algumas mães habituaram-se a responsabilizar os filhos pelas suas emoções”, diz Amanda Stemen. “Essas mães podem dizer coisas como: ‘Deixas-me tão triste quando não telefonas’ ou 'Se não tivesses feito isso, eu não me tinha enervado’”. Este tipo de ‘chantagem’ “muitas vezes começa ainda em criança e, a manter-se, faz com que, já crescido, o jovem se sinta obrigado a fazer os pais felizes primeiro”. A mesma especialista alerta que “esta forma tóxica de pensar pode alastrar-se a outros relacionamentos. “O jovem pode ter dificuldade em gerir outras relações, acabando por criar ligações de dependência como forma de imitar a que tem com a mãe”.
3. O filho que mente para não desapontar a mãe
“É natural que um jovem tenha mentido alguma vez à mãe sobre o que fazia nos intervalos das aulas, de forma a não a desapontar ou preocupar. Mas, já adulto, deve ter consciência de que é responsável pelas suas decisões e tem de assumir as consequências das mesmas, sublinha Aaron Anderson, terapeuta familiar. “Um filho não precisa que a mãe expresse o seu desagrado para saber o que é certo e errado”, defende Anderson. Se ele mente por esse motivo, “isso pode significar que ainda está preso às velhas regras da infância”. A honestidade é fundamental para a evolução desta relação.
4. A mãe que usa a dependência financeira
Num período de dificuldades financeiras, como numa situação de desemprego, o jovem adulto pode ter de pedir dinheiro à mãe (ou ao pai) para se sustentar. Não há nada de errado nisso. Mas, se ele é capaz de trabalhar, não há motivos para ser financiado. “Mães que sustentam os filhos tendem a cobrar todo o tipo de informações sobre as suas finanças, incluindo quanto gastam por mês e em quê”, explica Anderson, referindo que “isso significa que elas podem apoiar ou negar apoio a certas decisões através do dinheiro. O que impede, claramente, que o jovem se torne um adulto autónomo”. Atenção: “Não há problema em aceitar presentes e talvez até pedir ajuda numa emergência, mas, caso contrário, pedir dinheiro à mãe é um grande erro”. Os adultos física e mentalmente capazes devem lavar as suas roupas, limpar a sua casa, fazer as suas compras e ir ao médico sozinhos. Deixar que seja a mãe a tratar de tudo impede o crescimento e desenvolvimento natural do jovem adulto. “Embora possam parecer gestos de carinho, a verdade é que interferem na capacidade de o indivíduo viver de forma independente e aprender a cuidar de si”, defende Delucca.
5. A mãe que quer validar as decisões
Um jovem que não consiga tomar decisões sem pedir primeiro permissão à mãe tem de repensar a sua atitude. Como futuro adulto, ele deve sentir-se confortável com as suas escolhas e ser capaz de as levar adiante. Claro que pode pedir opinião à mãe, mas nunca deixar que seja ela a decidir. Até porque se a mãe não concordar, pode sempre recorrer à chantagem emocional, alimentando sentimentos de culpa no filho. “Se a mãe responder com raiva, crítica ou desilusão ao facto de o jovem fazer algo diferente do que ela quer”, explica a terapeuta familiar Tara Griffith, “isso pode fomentar no jovem uma incapacidade de ser assertivo, fragilizar a sua autoconfiança e gerar desconforto de cada vez que tem de exprimir os seus pontos de vista”.
6. A mãe que espia o filho
As relações saudáveis são construídas com base na confiança mútua. Se a mãe ou o filho se sentirem obrigados a bisbilhotar ou a violar a privacidade alheia, é porque algo está errado. “Se a mãe lê a correspondência pessoal do jovem, segue-o nas redes sociais e aparece de surpresa nos locais que ele frequenta; se exige tempo e atenção e fica magoada se o filho diz 'não', estamos perante uma clássica ausência de limites”, observa Tessina.
7. A mãe que compete com o filho
Numa relação saudável, o pai ou a mãe têm orgulho - não inveja - das qualidades, habilidades e feitos dos filhos, e vice-versa. Se existirem sentimentos de competitividade, deve-se tentar entender porquê. “Isto pode incluir sentir inveja ou competir pela aparência física e atenção de outros – incluindo a do pai – mas também pelo sucesso profissional”, sublinha a terapeuta familiar Lynsie Seely. “A certa altura, o jovem pode anular-se para deixar a mãe brilhar e desenvolver uma voz interna excessivamente crítica ou um sentimento de incompetência difícil de ultrapassar”, remata.
8. A mãe que encobre as asneiras do filho
Não é amor, é um disparate. As mães que tentam esconder e reparar os comportamentos menos bons dos filhos, de forma a protegê-lo das consequências, estão a contribuir para a formação de um mau carácter. “Essa atitude faz mais mal do que bem, dado que permite a continuação de maus hábitos e a ausência de consequências. Situações dessas podem estar associadas à culpa ou serem uma estratégia para manter a dependência dos filhos quando eles começam a tornar-se autónomos”, esclarece Griffith.
9. A mãe que esmiuça a vida íntima do filho
“Ter um relacionamento honesto pode ser maravilhoso, mas há certas coisas que é melhor não saber. Mesmo num relacionamento próximo, em que se fala abertamente sobre quase tudo, é normal e saudável manter temas secretos e limites”, reforça Gina Delucca.
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