Há romanos em Sicó

Conímbriga é, desde sempre, o espaço romano em Portugal mais bem preservado e de maior dimensão. Dois milénios depois, as ruínas são ainda a marca visível dessa presença e merecem a nossa visita, mas hoje, graças às novas tecnologias, vale bem a pena preceder essa visita com uma ida ao PO.RO.S, em Condeixa-a-Nova. É mesmo ali ao lado.

Neste museu, a visita torna-se uma aventura e um divertimento. O espaço não podia ser mais vocacionado para as crianças e jovens cada vez mais habituados a uma educação virada para os audiovisuais.  E é esse o principal trunfo do museu - os modernos e inovadores sistemas de multimédia que o coloca no top nacional dos museus mais interativos.

Através de duas dezenas de salas multimédia e de exposições, é possível recuar até ao tempo do império e da sua ocupação da Península Ibérica. Pelo percurso, que se inicia num túnel do tempo, viajamos pelo mundo dos romanos: o seu modo de vida, desde a religiosidade até à intimidade.

A viagem pelo túnel do tempo leva-nos até à Roma Imperial, mas passando pelo 11 de setembro, a II Guerra Mundial ou os Descobrimentos portugueses. É na sequência destes episódios que recuamos até aos tempos da fundação de Roma e à chegada dos Romanos à Península Ibérica.

A viagem continua pelas várias salas onde descobrimos a formação e a história do império, as lendas deste povo ou a importância do exército para a expansão de Roma. Na sala "Legiões, Conquista e Poder" não perca a possibilidade de se sentir um legionário e de experimentar à escala real a célebre tática da tartaruga que os miúdos estão habituados a ver nos livros de Astérix e Obélix.

O museu é um permanente descobrir de novas perspetivas sobre este povo que há dois milénios chegou à Península Ibérica. Visite a sala "Confins do Império – As Terras de Sicó" onde pode ver um filme com a reconstituição em 3D de Conimbriga. É mesmo imperdível!

As outras salas do museu mostram muitos outros pormenores interessantes sobre este povo, por exemplo, como o latim se tornou a língua materna de uma série de idiomas, ou como era a sua vida íntima e privada, nomeadamente, a vida em família, o lugar do escravo, o papel da mulher e a importância do casamento e da sexualidade.

O museu não deixa de explicar, obviamente, a história das escavações e da arqueologia em Conímbriga. Aliás, visitar o PO.RO.S não inviabiliza uma ida a Conímbriga, pelo contrário, não faz sentido visitar o museu e depois não ir ao lugar histórico da cidade romana mais importante do país.

O PO.RO.S é, sem dúvida, uma ajuda fundamental para dar mais valor ao que depois se vai ver no terreno e um excelente motivador para os mais novos não encararem a visita a Conímbriga como "uma seca".