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Comunicar! Mas para quê?
Comunicar! Mas para quê?
Opinião | Catarina Ramirez, Rita Pinto Silva, Sandrina Carvalho, Terapeutas da Fala PIN
A comunicação é uma das áreas do desenvolvimento infantil a que todos tendemos a prestar mais atenção.
Ao longo do desenvolvimento as crianças vão complexificando as formas que utilizam para comunicar – ações, gestos, palavras, frases, frases complexas. Simultaneamente desenvolvem-se competências comunicativas e sociais, com uma crescente diversidade de funções – dirigir a atenção do outro para si próprio, pedir objetos e atividades que deseja, rejeitar coisas que não são do seu agrado, cumprimentar e despedir-se, expressar as suas emoções e vontade de independência, comentar o que se passa ao seu redor e dar informação sobre coisas ou acontecimentos.
Ao que devemos estar atentos?
As alterações da comunicação, nomeadamente, na capacidade de usar a linguagem para diferentes funções, podem ser sinais de alerta para perturbação do desenvolvimento. Os défices na interação e no uso social da comunicação são sinais de alerta para uma Perturbação do Espetro do Autismo. Nestes casos, independentemente da forma de comunicar, que pode ser muito diversa, o uso de linguagem (verbal e não verbal) em contexto social é sempre um desafio. Com efeito, mesmo nas pessoas que desenvolvem uma linguagem verbal oral adequada, estas dificuldades podem persistir ao longo da vida.
Como ajudar a criança a ser um comunicador eficaz?
Existem várias estratégias que facilitam a comunicação da criança sendo importante descobri-las em família:
Dar o modelo
Quando a criança brinca ou tenta comunicar, pode traduzir por palavras aquilo que ela quererá dizer. Ao invés de dizer, “O que se passa?”, pode dizer: Oh! O boneco caiu, vamos apanhar!” ou quando aponta para a água, em vez de dizer, “Queres água?”, pode dizer-se: “Mãe, dás-me água?” e de seguida dar-lhe a água. Assim, a criança sentir-se-á mais segura, relaxada e não pressionada a falar. Desta forma irá manter-se mais envolvida na interação.
Interpretar
Observar as mensagens da criança, interpretar as suas ações, reações, sons e aproximações. Mesmo que por vezes não consiga entender a mensagem na totalidade. O importante é dar um significado aquela iniciativa, dando segurança e confiança à criança para comunicar.
Seguir a iniciativa da criança
Seguir, brincar e falar com a criança sobre temas e interesses, jogos que prefere e que a motivam no momento. Aproveitar essas atividades em que a criança está mais envolvida e concentrada.
Dar escolhas
Criar oportunidades para a criança comunicar aquilo que deseja, deixando-a fazer escolhas. Em vez de perguntas fechadas, de resposta sim e não, é importante dar-lhe hipótese de escolha: questionar “Queres a bola ou carro?”, ao mesmo tempo mostrar-lhe os dois brinquedos.
Reconhecer a criança como um parceiro comunicativo
Deixar que a criança participe na conversa e que não seja apenas um observador. Esperar para que tenha o seu espaço de comunicação. Mesmo que ainda não a entenda, pode responder e antecipar aquilo que a criança quer exprimir, dando-lhe a oportunidade de participar na conversação.
Esteja atento ao desenvolvimento das competências sociais e comunicativas do seu filho. Se identificar que estas competências não estão a desenvolver-se tal como esperado, não hesite em solicitar avaliação profissional. O terapeuta da fala pode ajudar!
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