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CHEGA DE DIZER AOS MIÚDOS QUE ESTÃO GORDOS
CHEGA DE DIZER AOS MIÚDOS QUE ESTÃO GORDOS
Pedagogia
Devemos alertar constantemente as nossas crianças para o peso que têm a mais? Não. Um estudo anglo-americano concluiu que crianças rotuladas como gordas correm mais riscos de se debaterem com problemas de obesidade no futuro.
De acordo com um estudo conjunto das universidades de Liverpool e da Florida, publicado na revista Pediatrics, identificar uma criança como tendo sobrepeso tem consequências prejudiciais.
A pesquisa – conduzido pelos psicólogos Eric Robinson e Angelina Sutin e divulgada pela US News – concluiu que as crianças com peso a mais ou que tiveram pais que que as consideravam gordas, ficaram mais suscetíveis a um aumento de peso durante a juventude.
Surpreendentemente, o mesmo aconteceu com crianças de peso normal ou abaixo da média, mas cujos pais consideravam gordas.
Já os miúdos que possuíam peso a mais na primeira infância e cujos pais as viam como tendo um peso normal, ou abaixo do normal, eram menos propensas a engordar à medida que cresciam.
A questão é clara: deve o pai de uma criança com peso a mais chamar-lhe constantemente a atenção para isso? A resposta é não, diz a nutricionista, argumentando que as crianças rotuladas desta forma correm mais riscos de vir a ter excesso de peso.
Isto porque, explica, as pessoas estigmatizadas devido ao peso têm tendência a comer demais ou a tornar-se mais sedentárias, pensando que para elas “não há remédio”, e por isso, “mais vale comer outra taça de gelado” ou “faltar mais um dia ao ginásio”.
A nutricionista aconselha os pais a se lembrarem que o corpo de uma criança sofre várias transformações ao longo do processo de crescimento, sendo natural que fique mais “redondo” antes de dar um “salto” em tamanho.
Lembrando que a sociedade atual premeia a magreza, e que isso está errado, a Academia de Pediatria Americana (AAP) recomenda aos pais que evitem comentários sobre os quilos a mais dos filhos se querem evitar problemas de obesidade e distúrbios alimentares na adolescência. Mesmo que, em casa, pratiquem um regime de dieta saudável.
Além disso, destaca a mesma organização, quando falarem com o médico dos filhos, devem focar-se na saúde deles e não na questão do peso.
Comportamentos que ajudam as crianças a tornarem-se saudáveis a longo prazo – tanto física como emocionalmente – são mais importantes do que um número na balança.
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