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Brincar em tempos de guerra
Brincar em tempos de guerra
Desenvolvimento
A normalidade na rotina é essencial para o bem-estar das crianças, o que não é fácil na situação atual. Face à guerra entre a Ucrânia e a Rússia, a brincadeira pode ser o maior refúgio. A International Play Association (IPA), associação da qual a Estrelas & Ouriços faz parte, publicou um documento para ajudar os pais a “brincar” com os seus filhos em situações de crise e desastre. A versão disponível em ucraniano pretende ainda servir de referência no acolhimento de refugiados, abordando temas como brincar em casa, em acolhimento temporário ou em abrigos.
AS BRINCADEIRAS FAZEM BEM à SAÚDE
A hora de brincar transforma-se em algo importante, visto que delega à criança um veículo para expressar as suas emoções e sentimentos. Ao estarem em controlo de algo, os mais novos podem, de igual modo, relaxar, diminuindo os seus níveis de stress. Um gesto tão simples consegue gerar melhorias consideráveis a nível psicológico, independentemente do alojamento em que as famílias se encontram.
Brincar tem muito que se lhe diga até a nível científico. Enquanto brinca, o cérebro da criança liberta dopamina, a hormona responsável por sentimentos de alegria e prazer, e BDNF, um importante estímulo para o crescimento do cérebro. A combinação destes elementos contribui para o aumento do bem-estar, motivação, foco e adaptabilidade.
É importante manter o pensamento positivo durante uma altura de crise. As crianças absorvem as emoções e estados de espírito dos adultos à sua volta, deixando-se afetar facilmente pela situação em que se encontram. Brincar é um instrumento para resolver problemas e ganhar alguma distância em relação realidade.
Aliás, é normal se as brincadeiras levarem a criança a replicar momentos traumáticos da vida real. É uma forma comum de lidar com o sucedido. Só há motivo de preocupação se a criança deixar de mostrar interesse pela brincadeira.
Dicas para brincar durante crises
Apesar do desejo de tranquilizar os mais novos, para os adultos nem sempre é fácil colocar de lado a própria dor e começar a brincar. Algumas dicas podem ser utilizadas para facilitar este processo. Acima de tudo, o importante é que a família se mantenha unida.
1. Encontrar humor no absurdo
Encontrar tempo para brincar no meio do stress causado pela guerra é uma tarefa difícil. Por vezes, pequenas brincadeiras podem ser suficientes para encontrar o humor na vida de uma criança. Fazer pouco de alguma situação absurda do dia a dia ou contar piadas são ações que trazem alegria aos dias mais tristes.
2. Criar cenários imaginários
À falta de brinquedos, é sempre bom puxar pela imaginação. Incentivar os mais novos a criar cenários paralelos faz com que estes descansem um pouco da realidade, exercitando a sua criatividade. E se esta caixa de cereais estivesse cheia dos pozinhos mágicos da fada sininho? E se o homem aranha aparecesse aqui de repente? As possibilidades são infinitas.
3. Olhar para os objetos mais simples
Até o mais simples dos utensílios pode ser transformado numa divertida ferramenta de brincadeira. Há que tentar encontrar brinquedos nos objetos mais insignificantes que tenha à mão. Isto estimula a imaginação da criança, dando-lhe a oportunidade de descobrir novos mundos e resolver problemas.
4. Dar espaço à brincadeira
Na companhia de amigos ou sozinho, é importante criar um espaço separado para as crianças poderem brincar. Assim se cria a ilusão de estarem num mundo só delas, nem que seja por breves instantes. Uma pequena mesa ou um lençol são suficientes para fazer a diferença.
5. Mostre que não há nada de mal em brincar
Os sentimentos pesados podem fazer com que os mais novos não se sintam autorizados a divertirem-se, deixando a brincadeira de lado. Mostre que não há problema em encontrar um pouco de diversão nestes momentos. A alegria faz sempre bem, tanto a filhos, como a pais.
Consulte as linhas orientadoras completas - disponíveis em inglês e em ucraniano - no site da International Play Association (IPA).
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