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APRENDENDO A FAZER AMIGOS
APRENDENDO A FAZER AMIGOS
Desenvolvimento | Fonte: PIN - Centro de Desenvolvimento
O dia-a-dia na escola reveste-se de vários desafios que não se findam dentro da sala de aula.
O que determina a qualidade das relações entre pares?
Sabemos que a qualidade das relações entre pares é diretamente influenciada pela forma como a criança utiliza as suas competências sociais, isto é, a forma como a criança exibe comportamentos ajustados e regula comportamentos menos adaptados durante a interação com os outros. Para algumas crianças as aprendizagens sociais fazem-se de forma praticamente intuitiva, por imitação dos pares e dedução de comportamentos, pelo prazer inerente de estar e brincar com os colegas.
No entanto, para outras crianças, o recreio pode ser a pior parte da vivência escolar, onde se evidenciam dificuldades e características específicas que transformam a interação com os outros num grande desafio, sendo necessário uma aprendizagem mais formal com a explicação e demonstração concreta das regras.
Dentro deste grupo, para os quais a relação com os pares é uma das maiores dificuldades, encontram-se as crianças com perturbação do espetro do autismo.
Este quadro clínico é caracterizado por dificuldades específicas nas áreas da comunicação, comportamento e interação social. Após uma avaliação especializada e aprofundada do perfil individual da criança, é desenhado um plano de intervenção que incide frequentemente na promoção de competências ao nível da interação social.
Habitualmente, o acompanhamento terapêutico é iniciado em contexto de intervenção individualizada, com vista à promoção da aquisição das competências sociais e comunicativas de base, que permitam construir interações cada vez mais positivas e adequadas. A intervenção precoce que possibilita fomentar a aquisição destas competências é crucial, permitindo um maior suporte na integração escolar e no estabelecimento de relações interpessoais.
A intervenção terapêutica num Grupo de Competências Sociais tem vindo a revelar-se muito importante para a generalização das competências trabalhadas em contexto de intervenção individualizada.
Além do trabalho individualizado e da prática com o adulto, importa criar contextos de intervenção em grupo com outras crianças, de modo a facilitar as várias competências assentes numa base de aprendizagem mais natural e dinâmica com os pares, permitindo a mediação do adulto, nomeadamente na resolução de situações problema. Neste trabalho, pretendemos que se desenvolva um sentimento de pertença a um grupo e se promovam as competências sociais.
Nos Grupos de Competências Sociais são trabalhadas as capacidades de articular, organizar e integrar pensamentos, sentimentos e comportamentos em função dos objetivos individuais e da adaptação a diferentes situações sociais, com o intuito de obter um desempenho positivo para a criança e que gera consequências positivas nas relações com os outros.
Interagir com o outro requer capacidades complexas, como o planeamento de objetivos, o processamento de informação social, a conjugação de respostas e ações adequadas às diferentes situações sociais. Algumas das estratégias para esta promoção são a instrução/ensino direto e explícito, a dramatização - role-play, a modelagem – adulto e pares, a utilização de informação oral/escrita e pictográfica, o uso da imediaticidade, entre outras.
Importa ainda salientar que o sentimento de pertença a um grupo onde, apesar das diferenças e características pessoais, todos partilham e experienciam dificuldades semelhantes, se tem revelado um fator extremamente positivo e promotor de relações de amizade.
Artigo desenvolvido por,
Ana Catarina Fonseca – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação
Ana Paris Leal – Terapeuta da Fala
Bárbara Silva Dias – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação
Carla Almeida – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação
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