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Selo Caminhos de Leitura distingue livros infantis
Selo Caminhos de Leitura distingue livros infantis
Com o objetivo de premiar as melhores obras literárias para a infância e juventude, aquando da atribuição dos Selos, o júri tem em conta: a qualidade do texto, a ilustração, o projeto gráfico das obras, a abordagem de temáticas inovadoras, a criatividade e a qualidade da tradução.
Considerado um dos 10 melhores livros do ano, o selo DISTINÇÃO vai para o belíssimo HACHIKO: O CÃO QUE ESPERAVA (ed. Fábula), de Lluís Prats (texto) e Zuzanna Celej (ilustração), com tradução de Artur Guerra.
«Bonito design gráfico, bastante cuidado e harmonioso com o texto. Os tipos de letra escolhidos, as ilustrações em concordância com a mancha textual guiam-nos, a pouco a pouco, para um lugar culturalmente tão diferente do Europeu. As ilustrações dão-nos referências geográficas sem nunca tirar a respiração ao texto. É um livro direcionado para um público juvenil e/ou jovem adulto que seduz desde o início e, ao mesmo tempo, inquieta e faz refletir sobre a magnitude das relações sem nunca fazer desprender o leitor. Há uma qualidade literária do texto bastante coerente com a delicadeza do tema, em concordância com a referência ao contexto cultural da história real que serve de inspiração à ficção. Promove a empatia entre os seres humanos, e entre estes e os animais, bem como a valorização das diferenças culturais na abordagem de temas universais.»
Conquistaram o selo SELEÇÃO, atribuído a 20 «livros que não podem faltar em qualquer biblioteca», os seguintes títulos:
O LEÃO POR CIMA DA PORTA (ed. Booksmile), de Onjali Q. Raúf (texto) e Pippa Curnick (ilustração), tradução de Maria Leitão.
«É uma narrativa escrita de uma forma fluente e informativa. Eternamente necessária à atualidade que nos circunda. A história da emigração e da sua integração nas comunidades é um tema pertinente a abordar para qualquer faixa etária. Para compreender melhor o fenómeno da mobilidade do ser humano, nada melhor que vasculhar nos recantos da história escondida. O papel dos imigrantes não só na formação de um país, como na luta por vezes desesperante pelos ideais de liberdade, fraternidade e igualdade, tão amplamente proclamados na revolução francesa.»
SÊ UMA ÁRVORE (ed. Fábula), de Maria Gianferrari (texto) e Felicita Sala (ilustração), tradução de Susana Cardoso Ferreira.
«Maria Gianferrari queria escrever um livro sobre árvores que juntasse ciência e poesia. Conseguiu. E a tradução fez-lhe jus. (…) Enquanto homenagem a esses seres que se erguem da terra, estendem os braços para o sol e enlaçam as raízes no subsolo, pode ajudar as crianças e jovens à contemplação e respeito pela natureza: “Sê uma árvore, porque, juntos, somos uma floresta.” Sejamos então.»
O JARDIM SECRETO: NOVELA GRÁFICA (ed. Fábula), de Mariah Marsden (texto) e Hanna Luechtefeld (ilustração), tradução de Salomé Castro.
«As temáticas a/intemporais aqui ficcionalizadas, como a amizade, a esperança, o amor, o crescimento, a doença, a morte ou, até, o mistério e os segredos de família, entre outros, constituem um importante fator de atração e envolvimento do destinatário extratextual. Também a essência multimodal do discurso, estimulando uma atenção que tem de se repartir, com perspicácia, por diferentes códigos, prende a atenção do leitor. Este volume representa, pois, um meio de contacto inicial com um texto clássico, com uma matéria literária recriada, à qual se associa uma leve/equilibrada intencionalidade informativa.» Sara Reis da Silva
A INUNDAÇÃO (ed. Fábula), de Mariajo Ilustrajo, tradução de Susana Cardoso Ferreira.
«Este é um livro-álbum graficamente atraente e apelativo, com edição bastante cuidada, do projeto gráfico à escolha de papel. (…) O argumento é linear para que a carga semântica que a ilustração vai convocando se sustenha. As páginas são o palco para vários modelos de colocação de texto e da sua interação com as personagens. Uma tecelagem que, por vezes, chega a evocar a banda desenhada. Pela dedicatória, percebemos que o livro resulta de um trabalho académico da autora no âmbito da ilustração e isso talvez explique esta abundância de ideias exploradas mais por via da imagem. O convite a folhear o livro, a “mergulhar” nas suas ilustrações a grafite e aguadas acrílicas em apenas duas cores e apontamentos a amarelo, vale a pena só por si. Acrescenta-se a intenção de um tema atual e urgente.»
CONFIA NA MUDANÇA (ed. Fábula), de Margarida Fonseca Santos.
«Novela/romance juvenil habilmente contada/o a quatro vozes, numa alternância fluente, com uma escrita fluida e genuína, plasmada também graficamente, por exemplo, através das páginas dos diários de dois dos protagonistas. Este nono volume da coleção “A escolha é minha” mantém a frescura dos diálogos e a abordagem franca, dotada de sensibilidade e profundidade, dos temas, bem como das vulnerabilidades e das dores de crescimento próprias da adolescência.»
O SOM DAS COISAS LEVES QUANDO CAEM (ed. Nuvem de Letras), de Catarina Ferreira de Almeida (texto) e Sérgio Condeço (ilustração).
«Uma menina e uma cadela saíram de uma ilha. No entanto, continuam lá. A ilha deste livro tem nome: Terceira (Açores). Mas tal não é dito aos leitores. Imediatamente nos ocorre uma frase de José Saramago retirada de O Conto da Ilha Desconhecida: “É preciso sair da ilha para ver a ilha.”
A decisão sobre o que levar é o centro de toda a narrativa, que é bem descrita pela autora, de uma forma poética até: “Tinham de escolher com cuidado, porque dentro do barco não cabia tudo. E, se levassem peso a mais, ainda iam ao fundo. Havia coisas que não pesavam nada, mas ocupavam muito espaço. E outras que nem se viam, mas pesavam toneladas.” A mãe ainda lhe disse que ela não podia levar o seu mau feitio. “Enche a casa toda (…) não cabe num pequeno barco.”
"Talvez melhor mesmo fosse levar “uma boa dose de coragem”.
Sérgio Condeço quis dar à ilustração “um compasso mais lento, reforçar o lado poético e quase triste que o texto revela”. Funcionou.
Ambos conseguem pôr-nos na ilha “que nunca está no mesmo sítio” e lembrar-nos de que há coisas que só podemos levar no pensamento.»
O QUE SE FAZ NO TEATRO? (ed. Lilliput), de Duarte Silva (texto) e Catarina Correia Marques (ilustração).
«Essas perguntas derivam da questão que dá nome a este livro informativo, que, de forma criativa e esclarecedora, com grande clareza na organização e composição gráfica, apresenta ao leitor o grande grupo de profissionais de uma companhia de teatro. Cada personagem presente na obra é apresentado a partir da sua atividade laboral e dos pormenores de sua contribuição para que o espetáculo aconteça. A temática de género transversaliza a obra fugindo aos estereótipos. O texto ainda destaca os prós e os contras da profissão, além de oferecer um glossário com termos específicos do universo teatral. As ilustrações, produzidas por meio de desenhos com pastel, e compostos por colagem, identificam cada personagem e seu universo. Eventualmente, seria desnecessário o jogo das páginas finais, se confiarmos na qualidade da obra, no leitor e no mediador. O livro abre as cortinas de uma nova perspetiva para que as crianças possam conhecer o universo teatral, valorizar todas essas profissões e, quem sabe, inspirarem-se.»
O MUNDO DE SOFIA (NOVELA GRÁFICA VOL. 1) (ed. Elsinore), de Vincent Zabus a partir da obra de Jostein Gaarder (texto) e Nicoby (ilustração), tradução de Diogo Paiva.
«Hábil e bem-humorada adaptação ilustrada da obra do autor norueguês Jostein Gaarder, publicada originalmente em 1991, este livro informativo é o primeiro volume da novela gráfica e tem como subtítulo “A Filosofia de Sócrates a Galileu”, cobrindo o período desde o nascimento da filosofia até ao século XVII. Os autores (do argumento e da ilustração) mantém a qualidade e originalidade do livro de Gaarder, acrescentando-lhe uma estrutura mais leve e atualidade, nomeadamente, na introdução de diálogos em torno de temáticas como as alterações climáticas, a globalização, as redes sociais, a desinformação, o feminismo, ou a pandemia, entrelaçando-os inteligentemente com os conteúdos filosóficos.»
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