Monstra: o que ainda se pode ver depois do festival de animação de Lisboa?

A 21.ª edição da Monstra terminou no passado domingo (27). Ainda assim, as melhores curtas e longas-metragens de animação ainda deixam a sua marca pelo país. A Monstra é responsável por inúmeras iniciativas que se prolongam muito além do festival. Saiba mais sobre o que fica dos mais de 400 apresentados pelo festival em 2022.

 

 

Além das boas recordações, os vencedores das secções competitivas permanecem na memória coletiva do festival. A portuguesa Laura Gonçalves é autora do grande galardoado do evento. “O Homem do Lixo” levou para casa três prémios, incluindo o Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores / Vasco Granja, o Prémio de Melhor Curta-Metragem Portuguesa e o Prémio Público.

 

O Grande Prémio Monstra para longas-metragens foi atribuído a “Mata e Foge da Cidade” de Mariusz Wilczyński, pela sua comovente narrativa focada no sentimento de perda. “Bob Cuspe, Nós Não Gostamos de Gente” fez também furor entre os longos formatos, levando para casa o Prémio do Público e uma Menção Honrosa.

 

Já nas narrativas em ponto pequeno, o Grande Prémio Monstra foi atribuído à curta-metragem “Bestia”, do realizador chileno Hugo Covarrubias. Na secção de Curtas Experimentais, quem brilhou acabou por ser a obra iraniana “A Quarta Parede”. Seguindo para as Curtíssimas, “Dias Felizes” conquistou corações a nível internacional e “Ouch!” destacou-se entre as curtíssimas portuguesas.

 

“A Queda do Rei Ibis” de Josh O’Caoimh & Mikai Geronimo e “No Meio de Nada” de Sam Marques” ganharam reconhecimento na Competição de Estudantes. Pode conferir a lista completa de vencedores no site da Monstra.

 

 

Entre o catálogo de filmes apresentado pela Monstra, dois abrem caminho até às salas de cinema nacionais. A animação japonesa “Belle” estreou-se a 17 de março para contar a história de Suzu, uma estudante de 17 anos que vive numa vila rural com o pai. Desejando deixar de se sentir uma sombra de si mesma, Belle cria uma personalidade online, onde milhões de fãs a tomam por uma cantora famosa.

 

Já o nomeado aos Óscares “Flee – A Fuga” destaca-se ao contar a história de um refugiado do Afeganistão que reconstrói a sua vida na Dinamarca. Quando o passado começa a vir ao de cima, Amin revela a sua história a um dos seus grandes amigos. Um documentário apaixonante que pode ser visto em sala a partir de 7 de abril.

 

 

Até 2 de abril, é possível visitar a exposição “Desenhos de Animação” na Sociedade Nacional de Belas Artes. A mostra resulta de uma parceira entre a Monstra e a BAP, passando em revista os dez anos que o estúdio português passou a fazer história na área da animação.

 

Materiais originais, objetos que inspiraram filmes, cartazes e muito mais juntam-se a ilustrações de Joanna Quinn, candidata pela segunda vez ao Óscar para melhor curta-metragem de animação com “Um Caso de Arte”, e do realizador búlgaro Anri Koulev. Prepare-se para homenagear um coletivo que tanto deu a Portugal, ao longo de uma década.

 

 

Para o ano há mais Monstra para descobrir! Quanto à próxima edição, já se sabe que ocorrerá de 16 a 26 de março de 2023, tendo o Japão como país convidado.

 

Porém, a história da Monstra não se cinge à capital lisboeta. Com o passar dos anos, o festival conquistou os quatro cantos do território nacional com a digressão “Monstra Solta-se pelo País”. Ao longo de 20 edições, a Monstra já percorreu mais de 150 cidades dos cinco continentes, dando a conhecer o melhor do cinema de animação realizado em Portugal. Até ao momento, não existem datas da próxima tournée pelo país. Resta esperar e estar atento à Monstrinha mais perto de si.